13 DE FEVEREIRO DE 2015
35
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem, novamente, a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: De facto, o discurso dos Deputados da
maioria é o discurso da fuga às responsabilidades que têm em todo este processo e na situação da STCP e da
Metro do Porto.
É importante recordar que o investimento no material circulante foi feito por todos os contribuintes, para
agora, por uma opção política, ser entregue a privados ou a uma qualquer empresa no estrangeiro.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — O que é importante e constitui a solução fundamental é o financiamento
destas empresas, o reforço de meios humanos e a manutenção destas empresas na esfera pública, conforme
o PCP propõe neste projeto. Portanto, não é a sua entrega a qualquer concessionário privado ou ao
estrangeiro que irá ser a solução para estas empresas. Aliás, nós temos vários exemplos do que significou a
privatização de empresas que eram empresas públicas: desde o despedimento de trabalhadores à
degradação dos serviços prestados. Estes são os exemplos e são as consequências da privatização.
Protestos do Deputado do CDS-PP Hélder Amaral.
Esta é a realidade que os senhores querem aplicar na STCP e na Metro do Porto. Para isso, não contam
com o PCP.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr.
Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: De facto, há motivos políticos
para que o Governo anule estas subconcessões. Mas sabemos bem que o Governo tem aversão a tudo o que
é público.
E há também motivos de natureza jurídica: há dúvidas na concessão, há suspeitas de ilegalidade, há
dúvidas sobre o estatuto do vencedor. É que, após o anúncio do vencedor — e, aliás, o único concorrente —,
surgiram dúvidas quanto à elegibilidade da TMB (Transportes Metropolitanos de Barcelona), porque, segundo
as regras, nomeadamente segundo as regras europeias, um operador interno que receba subsídios públicos
está inibido de participar em concursos internacionais. E está inibido de participar em concursos
internacionais, ainda que detenha apenas uma posição minoritária no consórcio concorrente, o que é, aliás, o
caso.
Ora, a TMB é constituída também pela Ferrocarril Metropolitano de Barcelona, que é uma sociedade
pública que gere a rede de transportes catalã. Logo, se inclui um operador interno — o que, aliás, é
confirmado pelo ex-Diretor da Autoridade Metropolitana de Barcelona —, a TMB está impedida de participar
em concursos internacionais. Aliás, foi por esse motivo que a TMB foi excluída da primeira fase do concurso
da concessão dos transportes, em Malta.
Portanto, para além dos motivos políticos, há também motivos jurídicos que deveriam levar o Governo a
ponderar esta decisão de entregar os transportes públicos do Porto aos privados.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado João Paulo Correia.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Manda o bom senso, manda o rigor,
manda a transparência, manda o interesse da Área Metropolitana do Porto e manda o interesse dos utentes
da Metro do Porto e da STCP que o Governo anule, revogue este concurso. E quem o diz não é só o PS, não
é só a oposição; é o PS, é toda a oposição, é a associação representativa do setor e todos os presidentes de