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I SÉRIE — NÚMERO 53

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Portanto, aqui não estamos com o problema dos compromissos com os credores, estamos com o problema

político de saber se, na Europa, um governo poderá dizer que quer uma alternativa à austeridade. E vários

governos da Europa já vieram dizer que é bom analisar com seriedade a proposta do Governo grego, que é

uma proposta séria.

O que o Sr. Primeiro-Ministro está aqui a dizer-nos é que o Eurogrupo é assim: entram 18 para decidir, têm

posições diferentes mas, no fim, manda a Alemanha! E aqui é que está a indignidade, Sr. Primeiro-Ministro.

Aplausos do BE.

A indignidade é nós sabermos que temos um Governo que é mais alemão do que o Governo alemão. A

indignidade é termos tido a Ministra das Finanças na passerelle do Ministro das Finanças alemão para mostrar

que bom governo é governo submisso.

A indignidade é saber que, depois de a austeridade ter falhado em tudo, de facto o que o Sr. Primeiro-

Ministro não quer é que alguém prove na Europa que há alternativa à austeridade e que pode existir

crescimento económico. Se não, como é que ficava o Sr. Primeiro-Ministro com a sua promessa de que era

empobrecendo que se saía da crise?

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, queria falar-lhe de alguns números concretos,

porque temos verificado que, nos debates, o Governo tem sistematicamente um problema com números;

chega aos debates quinzenais e os números nunca batem certo.

Há pouco, falávamos da saúde e o Sr. Primeiro-Ministro tende a considerar que está tudo bem, mesmo

depois de 28 em 33 diretores do hospital Amadora-Sintra se terem demitido, mesmo depois das demissões no

Hospital Garcia da Orta, no Hospital de Santa Maria, no hospital em Santa Maria da Feira, etc. Ora, Sr.

Primeiro-Ministro, dados do INE diziam-nos que, em 2012, havia 25 000 camas nos hospitais e que, agora, no

fim de 2014, havia 20 000 camas nos hospitais. Talvez seja por isso que as urgências dos hospitais estão

pejadas de doentes que não conseguem internamento e têm de ficar nos corredores.

Sr. Primeiro-Ministro, tem alguma proposta para o colapso registado nas urgências ou vai continuar a fazer

de conta que, na saúde, está tudo bem?

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para responder, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, mais uma vez, sobre a

questão da Grécia, a Sr.ª Deputada entende que, quando 18 países estão de acordo, isso é uma indignidade

porque é uma submissão à Alemanha.

Vozes do BE: — E é!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Acha, portanto, que pode, dessa maneira, insultar todos os governos

europeus, que são, portanto, subservientes e andam a mando da Alemanha.

Sr.ª Deputada, peço desculpa, mas não é assim. O seu grande desvelo em defender o Syriza, eu entendo,

mas, Sr.ª Deputada, eu não fui eleito para defender os interesses do Syriza, fui eleito para defender os

interesses dos portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sei que há no seu partido quem ache que quem defende os interesses dos portugueses é um governo

estrangeiro, mas essa não é a minha convicção.