I SÉRIE — NÚMERO 54
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O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Não deixa de ser sintomático, porque, na altura, o Partido Socialista
tinha dois Deputados por aquele círculo eleitoral. Sr.ª Deputada Sandra Cardoso, sabe quem é que
representou o Partido Socialista nessa altura? Não foi nenhum dos seus Deputados eleitos pelo círculo
eleitoral de Portalegre; foi o Sr. Deputado Ricardo Gonçalves, eleito pelo círculo eleitoral de Braga, que foi
fazer a defesa da posição do Partido Socialista, enquanto Governo, em relação a essa petição.
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — É interessante relembrar a intervenção que fez, na altura, o Deputado
Ricardo Gonçalves, muito ao seu estilo: «Mesmo o encerramento da maternidade e os nascimentos realizados
em Portalegre, em Évora e em Badajoz beneficiaram imensas mulheres da região». Sr.ª Deputada Sandra
Cardoso, concorda com o que foi dito pelo Sr. Deputado Ricardo Gonçalves? Não se lhe afigura que esta
situação tenha qualquer semelhança com a que se verificava nessa altura?
Existe plena confiança no conselho de administração da unidade local de saúde e no Ministério da Saúde,
que tem vindo a resolver os inúmeros problemas encontrados, inclusive os problemas que foram herdados dos
governos socialistas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Que problemas é que foram resolvidos? Os peticionários dizem que nada foi
resolvido!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Sr.ª Deputada Sandra Cardoso, mandaram fazer os partos em Badajoz
e, para além de não terem pago nenhum, não controlaram o número de partos que se fizeram, o que é mais
grave.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — A coordenação que existe neste momento não torna o hospital de Elvas
num hospital de retaguarda, porque a gestão é comum e coordenada. Portanto, esse perigo não existe.
As principais questões que são colocadas pela petição estão ultrapassadas pela realidade e são do
conhecimento geral. O hospital de Elvas não é descriminado negativamente no contexto da unidade local e
não existe qualquer alteração nas áreas de referência.
Foram alargados os cuidados de saúde às áreas de oftalmologia, de otorrinolaringologia e de psiquiatria. A
existência da unidade dos cuidados intermédios pressupõe a existência da unidade de cuidados intensivos,
sob pena de colocarem em causa a segurança.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Tem de concluir.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Para terminar, Sr. Presidente, gostava de perguntar aos Srs. Deputados
do PS e do PCP o que pretendem fazer em relação aos doentes dos concelhos limítrofes que pertencem ao
distrito de Évora, dado que, até agora, não lhes foi negado o acesso aos serviços do Hospital de Santa Luzia.
Pretendem integrar os doentes destes concelhos na área de influência da Unidade Local de Saúde do Norte
Alentejano e retirá-los do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central. É isso que se pretende?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá ouvir os peticionários, porque eles dão-lhe a resposta a essa pergunta!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Concluo, dirigindo-me, em particular, aos Srs. Deputados do Partido
Socialista. Apetece-me dizer — e vou dizê-lo — que esta vossa paixão serôdia pelo Hospital de Santa Luzia,
em Elvas, é bem-vinda, particularmente depois de Correia de Campos e Ana Jorge o terem levado quase à
beira da morte.
Sr. Presidente, peço desculpa por ter excedido o meu tempo.
Aplausos do PSD.