I SÉRIE — NÚMERO 55
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O Sr. Presidente (António Filipe): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte
Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Apenas duas palavras para dizer,
em primeiro lugar, que as intervenções públicas que ocorreram foram posteriores ao aumento de capital e não
anteriores ao aumento de capital, como aqui foi dito. Portanto, estamos a repor a verdade.
Em segundo lugar, percebemos que alguns partidos já retiraram as conclusões.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Até já retiraram conclusões daquilo que foi a atuação dos reguladores ou
a atuação de agentes políticos.
Pedia um pouco de respeito pelo trabalho dos Srs. Deputados Mariana Mortágua, Miguel Tiago, Pedro
Nuno Santos, Cecília Meireles ou Duarte Marques. Estão a trabalhar, respeitem os vossos colegas. É o
mínimo que vos pedimos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe). — Srs. Deputados, vamos passar à apreciação da petição n.º 423/XII
(3.ª) — Apresentada por Nuno Miguel Gonçalves Ribeiro e outros, solicitando à Assembleia da República a
anulação da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC), conjuntamente, na generalidade,
com o projeto de lei n.º 788/XII (4.ª) — Revogação da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades
(PACC) (BE) e com o projeto de resolução n.º 1275/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo a revisão da atual
aplicação e dos pressupostos da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) (PS).
Para apresentar o projeto de lei do BE, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda saúda os
peticionários e as peticionárias desta importante iniciativa exigindo a anulação da prova de avaliação de
conhecimentos e competências.
Nesse sentido, o Bloco de Esquerda apresenta aqui um projeto de lei no sentido de revogar a PACC e,
simultaneamente, reintegrar todos os professores que foram prejudicados por esta prova iníqua, anulando
todos os procedimentos que, neste momento, constrangem o seu acesso aos procedimentos concursais.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — É hora, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados da maioria, de corrigirem este
erro inaceitável em que apenas o Sr. Ministro da Educação e VV. Ex.as
continuam agarrados a uma prova que
não tem qualquer sentido. Estão sozinhos, nada, nem ninguém está do vosso lado. Nem sindicatos, nem
associações profissionais, nem mesmo o tribunal e até o Conselho Consultivo do IAVE (Instituto de Avaliação
Educativa), veja-se bem, conseguiu perceber o erro crasso que está por trás desta prova de avaliação de
competências e conhecimentos dos professores. Foi capaz de reconhecer o óbvio: que ela não avalia o mais
importante na atividade docente; que ela não avalia a competência didática e pedagógica que é essencial ao
desempenho desta profissão.
No nosso entendimento e no entendimento de todas e de todos que têm sido vítimas de uma prova iníqua,
trata-se de uma prova incompetente, feita por gente que só pode ser ou incompetente ou mal-intencionada e
que não consegue perceber patavina do que é exatamente ser professor. Não consegue perceber que um
professor ou uma professora mobilizam conhecimentos em contexto para alunos e alunas concretos e, nesse
sentido, é uma fortíssima componente didática e pedagógica que está fora desta prova.
Têm medo, desconfiam das instituições de ensino superior e da formação inicial, não querem tocar-lhes,
não querem assumir qualquer responsabilidade na área; no entanto, tiveram uma resposta: tramar os
professores e as professoras.