27 DE FEVEREIRO DE 2015
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É hora de corrigirem o erro!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe). — Para apresentar o projeto de resolução do PS, tem a palavra o Sr.
Deputado Agostinho Santa.
O Sr. Agostinho Santa (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por saudar, em nome do
Grupo Parlamentar do Partido Socialista, os peticionários, que, uma vez mais, trouxeram à nossa preocupação
o tema da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) para professores.
Só quem não quer ouvir pode ignorar o eco dos argumentos dos peticionários, ampliado por tantos e tantos
outros docentes que têm manifestado repúdio sobretudo pela forma atabalhoada como este assunto tem sido
tratado pelo Ministério, que tapa os ouvidos com a conivência dos Deputados da maioria PSD/CDS-PP.
Aqui, na Casa da democracia, continua a abrir-se a porta à discussão de um problema que, nos seus
termos essenciais e nas suas perversidades, já foi mais do que identificado.
Na Provedoria de Justiça, desanca-se na prova.
No Conselho Científico do Instituto de Avaliação Educativa, arrasa-se com os fundamentos mesmos da
PACC.
No Tribunal Administrativo de Coimbra, chumba-se a prova.
No Tribunal Constitucional, estarão juízes reunidos para analisarem vícios constitucionais dos normativos e
regulamentos que a sustentam.
Enquanto isso, na 5 de Outubro, a penumbra esconde governantes que não interpretam a luz da razão.
Tudo ignorando, o Governo foge para a frente, publicando, provocatoriamente, um despacho de
calendarização da componente específica da dita prova. Mandava a prudência que se fizesse o contrário.
Como esse não foi o caminho do Governo, o Grupo Parlamentar do PS apresenta um projeto de resolução
que, além do mais e porque se justifica nos fundamentos e alcances, abre uma nova oportunidade de esta
maioria parlamentar emendar a mão e sair com alguma compostura de uma trapalhada em que se deixou
envolver.
Este projeto de resolução nada tem de radical que afaste a hipótese de adesão. Ao invés, é um exercício
sério e equilibrado e uma proposta sensata de ação.
No estado a que a situação conflitual chegou, o desassossego e a turbulência que criou, é preciso ter
serenidade e capacidade para refazer o trajeto racional, imprescindível à solução.
Impõe-se, cautelarmente — e esta é a primeira recomendação do nosso projeto —, suspender a vigência
dos normativos que este Governo criou, suspendendo, em consequência, a aplicação da PACC.
Aproveitando a acalmia que essa decisão cautelar vai trazer, há que mobilizar as pessoas e as entidades
envolvidas e interessadas na matéria, constituindo-se um grupo — e esta é a nossa segunda recomendação
— que promova um debate amplo, aprofundado e sem preconceitos, que tenha por objeto repensar todo um
projeto global, integrado e estratégico de formação, capacitação, qualificação, recrutamento e avaliação de
docentes. Todos ganharemos, sobretudo a escola, que se poderá concentrar no essencial: a promoção da
qualidade das aprendizagens e do sucesso.
Acreditamos que a teimosia e a obstinação têm limites e que esta maioria vai querer dar um sinal claro ao
Governo de que chegou a hora de perceber que para lá desses limites só se encontra a insensatez, a
confusão e o desvario.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria José
Castelo Branco.
A Sr.ª Maria José Castelo Branco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quero cumprimentar
a atitude pró-ativa dos cidadãos responsáveis pela petição aqui em análise, visando a designada PACC.