28 DE FEVEREIRO DE 2015
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preservar e valorizar um recurso endógeno que faz parte da nossa identidade, enquanto País, enquanto
Nação, que é a floresta portuguesa.
Os incêndios florestais são um fenómeno cujas proporções assumidas e as respetivas consequências
exigem da parte de todos nós uma profunda e ponderada reflexão.
Nos últimos anos, os instrumentos de política existentes do lado da prevenção e do combate têm sido
fortalecidos, no sentido de alcançar melhorias técnicas e funcionais, a montante e a jusante, do deflagrar de
um incêndio florestal.
Gostaria de reconhecer que muito se fez em Portugal ao nível da prevenção e do combate aos incêndios
florestais. Contudo, reconheçamos, existe sempre a possibilidade melhorar.
Após um trágico ano de 2013, envolvendo a morte de vários bombeiros no combate aos incêndios
florestais, o Governo e o próprio Parlamento fizeram uma ponderação alargada sobre o funcionamento do
plano de defesa da floresta contra incêndios, alterando procedimentos e metodologias.
No caso concreto do CIF (Controle de Incêndios Florestais), houve, em 2014, um reforço dos meios
terrestes, dos meios aéreos de ataque ampliado e do número de equipas de combate aos incêndios.
Assim, em 2014, o dispositivo dos meios terrestres foi fortalecido com mais 50 equipas de combate na fase
de maior perigo e em áreas de maior perigosidade florestal. Para 2015, gostaria de perguntar à Sr.ª Ministra
como está previsto o dispositivo dos meios terrestes.
Quanto aos meios de ataque ampliado, ou seja, o dispositivo aéreo, é importante dizer que contou, no ano
passado, com mais quatro aeronaves anfíbias, que se juntam aos Canadair, duas aeronaves, que repuseram a
valência de meios aéreos pesados, semelhante aos anos anteriores.
Sobre os Canadair, gostaria de relembrar a decisão do Governo de adquirir dois Canadair e questionar a
Sr.ª Ministra sobre quando se prevê a sua chegada a Portugal e quais os meios aéreos que estão a ser
equacionados para o DECIF de 2015?
Por último, sabendo que as equipas de combate aos incêndios, no ano passado, foram reforçadas com 250
homens, o que representou um investimento total de 1 milhão de euros, pergunto, Sr.ª Ministra, qual a
previsão de reforços para este ano de 2015.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Passo a palavra, agora, à Sr.ª Deputada Cecília Honório, para pedir esclarecimentos.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Ministra da Administração Interna,
Srs. Secretários de Estado, reconhecemos o investimento feito e tudo o que possa ser feito para evitar que
mais homens e mulheres possam morrer no combate a este flagelo.
No entanto, queremos olhar para a frente e queremos pensar e discutir o que está a ser feito para evitar
erros do passado.
Os Bombeiros Novos de Aveiro, há poucos dias, não tinham, sequer, dinheiro para o gasóleo, o mesmo se
passando com os Bombeiros Voluntários de Constância, com 23 viaturas paradas e sem dinheiro para
combustível.
Assistimos continuamente a um subfinanciamento dos bombeiros, com o Governo a passar
responsabilidades para as autarquias, que nem sempre têm, evidentemente, os meios necessários para darem
resposta.
No passado dia 4 de fevereiro, o Sr. Secretário de Estado João Almeida disse, em sede da 1.ª Comissão,
que a proposta de lei de financiamento dos bombeiros estava para muito breve e eu quero perguntar
exatamente para quando, com que linhas gerais, quando é que podemos ter a garantia de que se resolve este
problema crónico de subfinanciamento dos bombeiros.
Segunda questão: que aposta está a ser feita na formação de bombeiros e com que perfil? Não podemos
menosprezar, quer a experiência, como é evidente, quer todo o trabalho de investigação que tem sido feito
pelas instituições, pela investigação ao nível do ensino universitário. Nesse sentido, pergunto claramente qual
é a aposta que está a ser feita na formação destes elementos essenciais para o combate, no quadro do
DECIF.