13 DE MARÇO DE 2015
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Está desesperado!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Os Deputados do partido servem, muitas vezes, os interesses dos
sindicatos ou não servem?
Tudo isso é verdade, mas a questão essencial é, Sr. Deputado, a questão da União Soviética ou da
admiração pela Coreia do Norte. E aí, Sr. Deputado, mantenho o que disse: nasci em democracia e sou
democrata.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Esses eram os argumentos do fascismo!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Quer ouvir, Sr. Deputado? A primeira coisa que aprendemos em
democracia é a ouvir os outros e a não estarmos sempre aos gritos quando os outros estão a falar!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Se os Srs. Deputados se dizem democratas, oiçam os outros!
Aquilo que lhe quero dizer, Sr. Deputado, é que respeito a luta do Partido Comunista Português, mas
sublinho que, ao longo da sua história, foi sempre subserviente a Moscovo, subserviente aos interesses de
Moscovo, mesmo quando grande parte dos comunistas europeus condenaram a invasão de Praga, a entrada
na Checoslováquia, as mudanças, o regime.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Continua a usar argumentos do fascismo.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Os comunistas portugueses foram sempre subservientes e por isso é
que a vossa grande referência, Álvaro Cunhal, era um herói soviético.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — São argumentos do fascismo!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não são argumentos do fascismo, Sr. Deputado, são argumentos de
democrata, porque foram os democratas que derrotaram o comunismo soviético, não foram os fascistas!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Quem derrotou o comunismo soviético foram os democratas, não foram os fascistas! Foi Churchill, foi De
Gaulle, foram muitos democratas. Foram esses que venceram aquela que foi a maior tirania e a maior
opressão do século passado: o comunismo soviético, que os senhores continuam a venerar.
Digo-lhe, como democrata, como homem livre e como Deputado desta Casa, que não aceito nem o
fascismo nem o comunismo, porque são irmãos, e muito parecidos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado para uma intervenção,
que terá de ser rápida e compacta, porque dispõe de muito pouco tempo.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: É curioso que, num debate em que
estamos a falar da promiscuidade entre o poder político e o poder económico, em que estamos a falar de
transparência, de seriedade no exercício das funções, as intervenções do PSD e do CDS-PP sejam
completamente surreais. Vão buscar a China, a Coreia, a União Soviética, porque não querem discutir a
questão de fundo.