I SÉRIE — NÚMERO 66
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A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — No geral, as nossas propostas visam dar resposta legislativa ao que se
encontra previsto na Constituição da República Portuguesa e na lei de bases do sistema educativo, tendo em
conta o papel que tanto o ensino superior universitário como o ensino superior politécnico têm no sistema mas
defendendo também uma visão unitária do sistema de ensino superior que vise, sim, a melhoria das condições
de vida do povo português, o crescimento económico do País e o seu progresso social.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, há pelo menos um ponto que
é consensual, que é o da importância deste debate.
Mas, no quadro da importância deste debate, Srs. Deputados Duarte Marques e Inês Teotónio Pereira, não
resisto a sublinhar uma coisa: aguardámos quatro anos, pacientemente, que o Governo fizesse o seu trabalho
de casa e desencadeasse o processo de revisão do RJIES.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Em todas as reuniões em que o Sr. Ministro esteve presente aqui, na
Assembleia da República, perguntávamos para quando a revisão do RJIES e aguardámos o máximo possível
até arrancar com este debate. Não nos acusem agora de, no final da legislatura, apresentarmos uma medida
relativamente à qual sempre solicitámos que o Governo desse o pontapé de saída!
Mas diria mais: não se trata aqui de coartar a autonomia. Não queremos coartar a autonomia, mas ser
autónomo para ser menos democrático é algo que não nos parece o mais adequado. Queremos reforçar a
democracia interna e isso significar balizar e permitir alargar a todas as instituições o que muitas já fazem, e
isso resulta precisamente do balanço que fizemos de como decorreram estes anos de aplicação do RJIES.
Sr.ª Deputada Diana Ferreira, o provedor do estudante foi positivo em muitas instituições. Pode não ideal
em todas, mas representa um avanço para os estudantes e não devemos deitá-lo fora.
A questão das fundações não representa o fim do mundo nem a privatização do ensino superior. Os
problemas não se encontram aí, como o Sr. Deputado José Soeiro, corretamente, há pouco sublinhava.
Também fechar por completo as instituições à sociedade civil, como propõem no vosso projeto, não nos
parece adequado, porque também aí houve uma mais-valia na construção do sistema.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Finalmente, se é certo que não podemos acompanhar o projeto do Bloco de Esquerda no que respeita a
matéria fundacional, porque aí temos visões diferentes, é facto a nossa concordância — sublinharia porque é
importante — quer quanto à questão da paridade de género, que é fundamental face ao que os números nos
revelam quanto à disparidade de representação de homens e mulheres nas instituições de gestão do ensino
superior, quer quanto ao apoio jurídico para os membros do conselho de gestão, que, de facto, têm de estar
apetrechados e devem ter os meios para fazer um bom escrutínio. Portanto, se isto for possível, na
especialidade, as vossas propostas terão o nosso apoio.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Concluímos aqui o último ponto da nossa ordem de trabalhos para
hoje.
A próxima reunião terá lugar amanhã, pelas 10 horas, com a seguinte ordem do dia: do ponto 1 consta a
discussão, na generalidade, da proposta de lei n.º 289/XII (4.ª) — Estabelece as regras e os deveres de
transparência a que fica sujeita a realização de campanhas de publicidade institucional do Estado, bem como
as regras aplicáveis à distribuição da publicidade institucional do Estado em território nacional através dos