10 DE ABRIL DE 2015
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Esta é a política do empobrecimento, que promove baixos salários e pensões, cortes nos seus montantes,
desemprego, eliminação de apoios sociais, abono de família, complemento solidário para idosos, rendimento
social de inserção. Uma razia que cria uma situação dramática com a taxa de pobreza a passar, entre 2009 e
2013, de 17,9 para 25,9%, mais 800 000 pessoas na pobreza, 2700 milhões de portugueses atingidos
fortemente nas suas vidas.
Esta é a política das privatizações e dos cortes na Administração Pública e nos serviços públicos. No
Serviço Nacional de Saúde condicionando o acesso e a prestação dos cuidados de saúde, provocando a
rutura das urgências dos hospitais. Na escola pública aos vários níveis, incluindo o estrangulamento financeiro
do ensino superior e o desinvestimento na ciência. No ataque ao poder local, na degradação da justiça, na
desconsideração das Forças Armadas e dos militares, tal como dos profissionais das forças de segurança. Na
degradação dos mais diversos serviços públicos, no ataque ao direito à habitação.
Esta é a política do aprofundamento das injustiças e desigualdades sociais. Numa situação em que apenas
1% da população detém cerca de 25% da riqueza nacional e 5% da população acumula 50% dessa riqueza, o
Governo aumentou de forma brutal os impostos sobre os trabalhadores, os reformados e a população em
geral e diminuiu os impostos sobre os grupos económicos e financeiros. O lucro acumulado pelos principais
grupos económicos e financeiros e o dinheiro público que é drenado para a banca sobre os escândalos do
BPN, do BPP ou do BES para as PPP e os swaps contrasta com a redução dos salários e pensões e os cortes
dos apoios àqueles que necessitam de proteção e apoio social.
Esta é, por tudo isto e muito mais, uma política e este é, por tudo isto e muito mais, um Governo que não
servem o povo e o País.
Aplausos do PCP.
Srs. Deputados, meia década passada, de PEC e pacto de agressão, os centros de decisão do grande
capital, o Governo PSD/CDS-PP, desdobram-se em propaganda enganosa procurando esconder o desastre
para onde conduziram e estão a conduzir o País. Mas a realidade não deixa dúvidas quanto ao grande salto
atrás a que o País foi sujeito.
Os grandes constrangimentos mantêm-se e agravam-se tendo como elementos centrais o domínio do
capital monopolista e a dependência externa.
Entre os principais problemas e constrangimentos, está o garrote da dívida pública. Uma dívida
insustentável que compromete o presente e o futuro do País. Uma sangria em juros, mais de 8000 milhões de
euros por ano, mais do que o País gasta no Serviço Nacional de Saúde e o dobro do investimento público.
O capital financeiro transnacional não está preocupado com o nível da dívida do nosso País. O que lhe
interessa é que, em nome da dívida, possa continuar a fazer o saque dos recursos nacionais com os juros que
recebe.
Portugal precisa de se libertar deste garrote, este dinheiro é fundamental para garantir salários, pensões,
apoios sociais, serviços públicos, para investir no desenvolvimento do aparelho produtivo, aproveitar os
recursos do País, aumentar a produção nacional, criar emprego.
É bom ter presente que a grande justificação para os PEC e para o pacto de agressão com a troica foi a
dimensão do défice e da dívida pública.
Passados estes anos, neste período de aproximação às eleições, multiplicam-se as declarações de
responsáveis do PSD e do CDS-PP, acompanhados em surdina pelo PS, dizendo que a dívida é sustentável.
Entretanto, a dívida que invocaram querer combater aumentou quase 80 000 milhões de euros desde 2009 e
atinge 128% do PIB, 225 000 milhões de euros. Isto é, se a correlação de forças o permitisse, após as
eleições, não faltariam argumentos para um programa ainda mais violento contra os trabalhadores, o povo e o
País, para tentar perpetuar este caminho de declínio nacional.
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — A isso o PCP diz basta! Dizemos basta de humilhação, de exploração e
empobrecimento, basta de corrupção e dependência.