16 DE ABRIL DE 2015
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compatibilização do plano profissional com o plano pessoal e familiar; uma política que valorize e reconheça a
função social da maternidade e paternidade enquanto elemento essencial para o futuro das gerações e do
País.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — A Mesa também não regista pedidos de esclarecimentos à oradora.
Para uma intervenção, em nome do PS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Não é por acaso que o Governo
não participa neste debate, não é por acaso que são os grupos parlamentares da maioria a assumirem-no
sozinhos, desde o início. E a razão é só uma: o Governo não está nem quer estar neste debate, nem a maioria
quer o Governo aqui presente, para tentar esconder e disfarçar a governação dos últimos quase quatro anos!
Aplausos do PS.
Sim, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, não estamos no início da Legislatura, não estamos, sequer, a meio
da Legislatura, estamos a cinco meses das eleições legislativas e a três meses do fim desta Legislatura!
Por isso, a cinco meses das eleições legislativas e a três meses do fim desta Legislatura, o debate de hoje
tem de começar por confrontar a maioria com a realidade do dia-a-dia que as famílias enfrentaram e enfrentam
hoje, quatro anos depois do início das vossas funções e das funções do Governo que apoiam.
Lembram-se, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, da vossa estratégia assente na ideia, que executaram,
sem hesitar, da austeridade expansionista?
Lembram-se, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, do entusiasmo do Primeiro-Ministro em assumir que queria
surpreender e ir para além da troica, no que estava previsto no Memorando inicial?
Lembram-se de cada um dos orçamentos de Estado que aprovaram, ano após ano, em que chegaram a
cortar três vezes mais do que estava previsto nos apoios sociais, em que cortaram o dobro do que estava
previsto na educação e na saúde, em que cortaram salários, cortaram pensões, cortaram subsídio de Natal e
cortaram subsídio de férias?
Lembram-se, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, do Ministro Vítor Gaspar e do enorme aumento de
impostos sobre as famílias?
Lembram-se do Primeiro-Ministro ter assumido que a solução para o nosso País era empobrecer e que a
solução para os jovens era emigrarem?
Finalmente, lembram-se, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, que tudo isto seria feito sob o lema «custe o
que custar»?
Aplausos do PS.
Sim, Sr.as
e Srs. Deputados da maioria, o Governo pode fingir-se de morto neste debate para não assumir a
sua governação, a maioria pode fazer de conta e apresentar propostas como se estes quase quatro anos não
tivessem existido. No entanto, as portuguesas e os portugueses, em geral, e as famílias, em particular, não
têm, infelizmente, como fugir às dificuldades do agravamento das suas condições de vida nestes últimos
quase quatro anos. É que estes quatro anos, Sr.as
e Srs. Deputados, custaram muito ao País e custaram
demasiado às famílias.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Todos nós sabemos, e temos obrigação de saber — a literatura
nacional e internacional é vasta —, que há três fatores decisivos para as famílias e para a sua decisão de
terem filhos: o emprego, os rendimentos e a estabilidade.
Quais foram as consequências das opções políticas deste Governo e desta maioria nestas áreas? O
emprego diminuiu para níveis de há mais de uma década, o desemprego aumentou como nunca desde que há