I SÉRIE — NÚMERO 75
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o tema que, hoje, escolheu e
nos trouxe, o Plano Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade, é um tema que pela primeira vez no
seu mandato o Sr. Primeiro-Ministro traz a esta Casa, o que, de alguma forma, poderia levantar algumas
dúvidas.
Por que é que é a primeira vez que o Sr. Primeiro-Ministro traz este tema a um debate quinzenal?
Simplesmente porque antes não o podia fazer! E não podia fazê-lo porquê? Porque Portugal, antes, estava
sob um Programa de Assistência Económica e Financeira.
Vozes do CDS-PP: — É verdade!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Um Programa de Assistência Económica e Financeira, um resgate,
pedido pelo Partido Socialista, negociado pelo Partido Socialista, assinado pelo Partido Socialista.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Fão (PS): — E onde estava o CDS? Não estava cá!…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora, Sr. Primeiro-Ministro, a primeira coisa que queria dizer é que só
o facto de poder trazer aqui este Plano e este Programa é, em si mesmo, uma boa notícia, e aconselharia
mais humildade e mais sentido de compromisso da parte de quem nos trouxe até aqui, o Partido Socialista.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos da Deputada do PS Hortense Martins.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por isso, importa, hoje, fazer uma espécie de «antes e depois»: em
2011, tínhamos a troica em Portugal, um procedimento por défice excessivo, ameaça de sanções, ameaça de
cortes de rating da dívida pública, um défice acima dos 10%, e, claro, rigidez nas políticas impostas pelos
nossos credores.
Protestos do Deputado do PS Ferro Rodrigues.
Hoje, Sr. Primeiro-Ministro, quatro anos volvidos, não temos a troica, não temos procedimento por défice
excessivo, não temos ameaça de sanções, reembolsamos dívida para ter poupança nos juros. E, porque
cumprimos as metas, apesar da vontade de alguns de não o fazermos, podemos, agora, pedir flexibilidade nas
medidas que apresentamos, nestes programas.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Da rigidez de um duro resgate, passámos para a flexibilidade de
quem o cumpriu.
E o que é essa flexibilidade e qual é o impacto na vida dos contribuintes, das famílias e das empresas?
Sublinho, desde logo e à cabeça, um facto muito importante, para nós, CDS: o Governo, ontem, decretou
«certidão de óbito» à sobretaxa do IRS. Ainda bem que o fez, é uma matéria essencial.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Em 2015, já com o crédito fiscal, iniciámos esse processo. Depois,
uma redução faseada: 2016, menos IRS; 2017, menos IRS; 2018, menos IRS; 2019, desaparece a sobretaxa,
com a última parcela de todas.
O Sr. Jorge Fão (PS): — Fantástico! É fantástico!…