I SÉRIE — NÚMERO 75
26
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Gostava de conhecer as propostas do PS!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por fim, Sr. Primeiro-Ministro, queria dizer-lhe também que
consideramos importante que se continue a reduzir a despesa do Estado.
Com isto, que não é uma pergunta, queria salientar — até porque é uma crítica injusta, muitas vezes feita
— aquilo que, nos últimos 15 dias, foi possível quanto às PPP, com a aprovação, em Conselho de Ministros,
de uma renegociação que permitiu uma poupança total de 2000 milhões de euros, incidindo, sobretudo, sobre
os acionistas e não sobre os utentes. Para nós, isso é muito, muito importante, porque revela o esforço de
contenção da despesa do Estado consigo próprio, sobretudo, com PPP, que outro Governo, noutras alturas,
sabendo e protelando os prazos de pagamento, foi fazendo e celebrando. É bom salientar esse facto.
Termino, Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não com uma pergunta, mas com um apelo.
A TAP é uma empresa prestigiada, embora, sabemo-lo, com dificuldades. Foi convocada uma greve de 10
dias, num só mês.
Vozes do PSD: — Uma vergonha!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isto, Sr. Primeiro-Ministro, vai afetar o turismo, os passageiros, a
economia portuguesa, mas também — ou, se calhar, até, sobretudo — a própria empresa.
Os pilotos sabem que as reivindicações não estão no acordo que assinaram, há meses, há poucos meses.
Queria dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que, a nosso ver, há um limite para a irresponsabilidade.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Há um limite para o egoísmo.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Aquilo a que eu apelava, e gostava de terminar com isso mesmo,
era, Sr. Primeiro-Ministro, a que os pilotos, em nome da TAP, em nome da economia nacional e em nome do
País, reconsiderassem essa decisão, que, em última análise, pode acabar com uma empresa de referência,
que tem problemas, que estamos a tentar resolver, mas que queremos que continue a ser uma empresa de
referência.
Protestos do Deputado do PCP David Costa.
Estamos do lado daqueles que querem resolver o problema, não estamos do lado daqueles que querem
criar ainda mais problemas.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Dou a palavra ao Sr. Primeiro-Ministro para responder. Faça favor.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, vou referir quatro questões a
merecer resposta.
Em primeiro lugar, quanto à questão do IRC, o Sr. Deputado disse que se tratava de pragmatismo a
maneira como o Governo tem vindo a abordar a descida da fiscalidade para as empresas.
Reforço o que disse há pouco, respondendo a duas Sr.as
Deputadas: estamos a fazê-lo em toda a linha,
não estamos a fazê-lo, apenas, através da taxa normal do IRC.
Estamos a fazê-lo em toda a linha, para as start-up, para as pequenas e médias empresas, mantendo, para
todas as empresas, um desagravamento progressivo; sinalizando, de forma a discriminar positivamente, os
reinvestimentos que são feitos a partir de lucros gerados pelas própria empresas; fazendo uma discriminação