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I SÉRIE — NÚMERO 82

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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Quais?

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — … foi falar de bancarrota, de 2011, etc., e não trouxeram nada de novo

para o País.

Foi surpreendente, porque estávamos à espera que, neste debate, entre as duas bancadas da maioria e o

Sr. Primeiro-Ministro tivesse ficado claro qual tinha sido o meio de comunicação utilizado pelo Sr. Vice-

Primeiro-Ministro quando se demitiu em 2013. Pelos vistos, não foi por fax, nem foi por e-mail, nem por SMS,

nem por carta. Terá sido por sinais de fumo, porque da mesma maneira que apareceu no ar, também se

dissipou.

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, também é surpreendente que tenha trazido para este debate os últimos dados

económicos da Comissão Europeia e do INE, porque, infelizmente, são dados bastante negativos para o País.

Não vou discutir as variações trimestrais ou mensais da taxa de desemprego, mas vou relembrar-lhe que o

que o INE diz hoje é que a taxa de desemprego voltou a aumentar, pelo segundo trimestre consecutivo, após

seis trimestres consecutivos de descida, situando-se em 13,7%. Isto não pode ser visto por um Primeiro-

Ministro como algo positivo! É, certamente, algo de negativo!

E mais: aquilo que se passa é que os objetivos que foram criados pelos senhores, em 2011, para 2015, em

matéria de criação de emprego, e que visava chegar aos 4,8 milhões de empregados em 2015, que é agora,

estão 315 000 postos de trabalho abaixo disso. Isto quer dizer que o que vêm propor agora ao País para 2019

é inferior àquilo que em 2011 tinham proposto para 2015.

Aplausos do PS.

E isso é que é grave! O que é grave não são as variações mensais, nem trimestrais, é este falhanço total

em matéria de criação de emprego.

Já agora, gostaria de falar sobre as questões colocadas ao PS. Fizeram-nos 29 perguntas. O Dr. Marco

António Costa, que suponho ser o seu braço direito, Sr. Primeiro-Ministro, certamente terá feito aquelas

perguntas rodeado de um conjunto de economistas, visto que eram perguntas bem feitas, que respiravam

economia, finanças públicas e questões sociais.

Ora bem, as respostas foram dadas em três dias, de dia 27 para dia 30. Hoje, estávamos à espera que

viessem aqui discutir as respostas dos economistas que trabalharam para o Partido Socialista, mas não!

Aplausos do PS.

Vieram aqui propor, hoje de manhã, uma alternativa tipo técnica, tecnocrata, acima da política, acima da

democracia, o que, deixe que lhe diga, Sr. Primeiro-Ministro, deixa-o muito mal colocado perante as regras de

jogo democráticas e perante a incapacidade que têm de responder aos socialistas, no terreno político.

Aplausos do PS.

A questão, Sr. Primeiro-Ministro, é que ficou visível que há alternativa à austeridade sem pôr em causa a

presença no euro. Há uma parte da vossa manobra que é compreendida, que é a de tentar colocar no centro

do debate político as propostas do PS. Mas, Sr. Primeiro-Ministro, devo dizer que não nos desviaremos de

chamar a atenção para a enorme responsabilidade que esta maioria, o senhor e o seu Governo têm na

emigração, no desemprego, na perda de proteção social dos desempregados, no enorme aumento da

pobreza, na vergonha da pobreza infantil, nos salários de miséria, nos trabalhadores pobres, no aumento da

precariedade, no desastre das urgências dos hospitais, no insucesso escolar galopante, no ataque ao Estado

social, na perda de confiança e de esperança.