7 DE MAIO DE 2015
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Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Portanto, quando o Sr. Primeiro-Ministro quiser responder ao primeiro desafio que fiz na primeira vez que
estive aqui como Presidente do Grupo Parlamentar do PS dizendo-lhe que o Dr. António Costa estaria muito
suscetível e, certamente, aceitaria um debate consigo em todas as televisões, hoje, repito aquilo que disse,
porque é isso de que os senhores precisam, de debater politicamente as vossas e as nossas propostas.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, o Sr. Deputado acha que o
relatório que o Banco de Portugal apresentou hoje, bem como as previsões da Comissão Europeia, são muito
negativas para Portugal. Deixe-me dizer-lhe que não devemos ter lido o mesmo relatório nem as mesmas
previsões, porque o relatório do Banco de Portugal fala em recuperação da economia, em recuperação do
emprego e numa coisa importante, que é a manutenção do excedente externo do País.
O relatório do Banco de Portugal também diz — e, olimpicamente, o Partido Socialista continua a ignorar —
que os bons resultados que foram obtidos têm mais significado porque se conseguiu recuperar equilíbrios,
interno e externo, durante o período de intervenção externa…
O Sr. João Galamba (PS): — Equilíbrio interno também?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, portanto, isso tem mais valor. Mas não pode fazer-nos esquecer as
restrições ativas que ainda temos e que estão, sobretudo, consubstanciadas num elevado nível de
endividamento privado e público e que, para futuro, quaisquer políticas a desenvolver não podem deixar de
atender a estas restrições.
Devo dizer que o Partido Socialista tem feito tábua rasa destas indicações e, nas políticas que até hoje
apresentou, nenhuma visa combater este problema, que é um problema, do lado privado, de um excesso de
endividamento e de um excesso de descapitalização das nossas empresas, que, evidentemente, inibe a
criação de investimento e, portanto, de criação de novas empresas, bem como a expansão de novos negócios,
e que, por outro lado, do ponto de vista público, obriga a disciplina orçamental.
Estas partes, que são chamadas de atenção relevantes para futuro que o Banco de Portugal faz, o Partido
Socialista entende que não vale a pena discuti-las, mas eu gostava que o Sr. Deputado Ferro Rodrigues as
pudesse discutir.
Mas não há dúvida de que o Banco de Portugal aponta para uma recuperação da economia este ano e
para uma recuperação da economia ainda mais forte para o ano.
O que é que isto tem de mal para a economia portuguesa, Sr. Deputado? Eu não entendi!
O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Exatamente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A Comissão Europeia tem vindo a melhorar todas as suas perspetivas de
médio prazo para a economia portuguesa — prevê crescimento da economia e prevê desagravamento do
défice orçamental — e, julgo eu, mais duas previsões e a Comissão Europeia está não apenas a dizer que é
possível ficar abaixo de 3%, mas que, tudo indica, ficaremos abaixo de 3% de défice, em 2015. São mais duas
previsões.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — São três!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Começou em 3,3%, depois passou para 3,2%, agora já é 3,1% de défice…
Portanto, estou convencido de que entre o verão e o outono a Comissão Europeia é capaz de dizer que nós