7 DE MAIO DE 2015
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Por outro lado, é também importante dizer que, desde agosto de 2013, em termos homólogos, a taxa de
desemprego baixou sempre! Isto é, mesmo naqueles três meses onde a taxa de desemprego subiu em cadeia,
ela desceu, e desceu de uma forma consistente em termos homólogos.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, a conclusão que, creio, qualquer um tirará deste comportamento é a de que,
objetivamente, há uma tendência clara de descida da taxa de desemprego, o que não significa que ele não se
encontre ainda num patamar muito elevado.
É verdade que a oposição raramente veio a este debate. Veio, como disse, só por três vezes: aquelas
vezes em que a taxa de desemprego teve esse ligeiro acréscimo. Mas é hoje também uma oportunidade para
atualizarmos o debate que aqui travámos e ouvirmos, da parte da oposição, se há alguma forma de contrapor
estes números, que são, como eu disse há pouco, factuais.
Para além disso, há outras considerações que é preciso também ter em linha de conta. Mesmo no registo
trimestral, que ainda hoje foi conhecido, e que teve um acréscimo de 0,2%, em termos homólogos o
desemprego baixou 1,4% face ao primeiro trimestre de 2014. E, se formos a 2013, essa descida foi de 3,8%.
Por outro lado, nos últimos oito trimestres houve, efetivamente, um número de pessoas desempregadas que
baixou de forma muito significativa. Estamos a falar de 213 000 pessoas, Sr. Primeiro-Ministro.
Há um último aspeto que eu também gostava aqui de relevar, que é uma análise mais qualitativa do
desemprego. Repito: sabemos que o desemprego é muito elevado.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Ah!…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas muito daquilo que se diz no debate político e parlamentar não
corresponde à verdade.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Senão, vejamos, Sr. Primeiro-Ministro: a população empregada a tempo
completo subiu, no último ano, para 56 000 pessoas num ano e a população empregada a tempo parcial subiu
apenas 5800 pessoas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É bom ouvir!
Protestos do Deputado do PCP António Filipe.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O que quer dizer uma coisa muito simples: o emprego que está a ser
criado é um emprego mais estável e com um vínculo mais duradouro do que um vínculo precário que, atesta,
nomeadamente também, o trabalho a tempo parcial.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quem o está a ouvir lá fora já está a ferver!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por outro lado, cresceram para 86 400 os novos contratos sem termo e
os contratos a termo apenas para 36 200. Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, o discurso de que este Governo
potencia a precariedade laboral não tem correspondência com estes números, e essa conclusão deve ser
tirada também hoje, neste debate.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Por outro lado, Sr. Primeiro-Ministro, este comportamento do
desemprego, a que se junta o crescimento da economia, a que ainda há pouco o Sr. Primeiro-Ministro aludia,
não estão alavancados, como no passado, em mais investimento público, em mais endividamento e em mais
défice.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.