O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 85

22

multinacionais estrangeiras. Estamos, assim, a privar o nosso País de um serviço e de um potencial de

desenvolvimento industrial básico, que vai ser muito necessário no futuro.

Uma nota final, Sr. Deputado, relativamente à luta dos trabalhadores.

Ainda hoje os trabalhadores da EMEF saíram à rua, no Entroncamento, em defesa da sua empresa, e

temos assistido, por todo o País, a lutas de trabalhadores que querem defender as suas empresas, que não

estão a lutar por uma percentagem da privatização, estão a lutar porque viram, ao longo da última década, o

que aconteceu às suas empresas, viram a forma como o desinvestimento levou ao aumento do

endividamento, viram a forma como o desinvestimento levou a problemas de segurança, viram a forma como o

desinvestimento levou a problemas da qualidade do serviço.

E também vemos, hoje, como o Governo usa esse desinvestimento e esses problemas de qualidade no

serviço, porque houve desinvestimento, como uma chantagem contra os trabalhadores, dizendo que a culpa

de tudo o que se passa no setor dos transportes é das greves, é dos trabalhadores. É uma política de

chantagem social, de conflito social, que quer colocar trabalhadores contra trabalhadores, cidadãos contra

cidadãos. É uma política de provocação…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — De provocação!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … e que nós devemos desconstruir e a que devemos resistir, porque é

uma política que joga os trabalhadores uns contra os outros para que ninguém veja que, de facto, o inimigo

está na privatização e para que ninguém repare que é necessário travar a venda destas empresas. É aqui que

nos devemos concentrar, a impedir a venda destas empresas de transportes a multinacionais privadas,

porque, isso sim, será contra todos os trabalhadores, todos os contribuintes e todos os cidadãos deste País.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Conclui-se aqui a declaração política do Bloco de Esquerda desta tarde.

Ao que parece o PSD quer fazer uma interpelação à Mesa. Faça favor, Sr. Deputado Hugo Soares.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, é para pedir à Mesa a distribuição de um documento,

mas sem deixar de dizer o seguinte: ao longo deste debate, nesta declaração política e na que a antecedeu,

foram várias as Sr.as

e os Srs. Deputados que se referiram à governação como ela estando a acabar, dizendo,

até, que faltam poucas semanas para que o Governo cesse as suas funções.

O Sr. João Oliveira (PCP): — É uma oração de finados!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Nós sabemos, Sr.ª Presidente, que faltarão, pelo menos,

sensivelmente, cerca de seis meses para que esta Legislatura termine…

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Comparando os três anos e meio que já passaram…

O Sr. João Galamba (PS): — As eleições são em novembro?! Não sabia!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … e eu queria solicitar à Sr.ª Presidente a distribuição do artigo 186.º,

salvo erro, da Constituição da República Portuguesa, onde se prevê o início e o fim das funções do Governo,

para que fique muito claro para a oposição que este Governo e esta maioria não vão deixar de cumprir o seu

mandato até ao último dia, no pleno exercício das funções.

O Sr. João Galamba (PS): — Isso é uma ameaça?!

A Sr.ª Presidente: — Está esclarecido, Sr. Deputado, muito obrigada.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Distribua antes a passagem da Bíblia sobre os vendilhões do Templo!