O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 DE MAIO DE 2015

5

Veja-se já hoje a forma como a empresa privada criada pela Mota Engil se arrasta no sector, apesar de

objetivamente beneficiada em muitas situações operacionais e outras, como em termos de circulação, etc.,

sempre reclamando mais e mais do Estado, promovendo uma brutal exploração da força de trabalho e criando

dívidas às empresas públicas.

O PCP suscitou a apreciação parlamentar destes diplomas em que o Governo pretende impor este crime

económico contra sectores fundamentais da ferrovia em Portugal, mas queremos aqui chamar a atenção para

a importância da proposta que recentemente apresentámos nesta Assembleia em defesa do caminho de ferro

nacional, pela reunificação e gestão integrada da ferrovia, contra a sua liquidação e desmembramento.

A ferrovia tem futuro em Portugal numa CP pública, modernizada, ao serviço do País e da economia

nacional, não com esta política de desmantelamento e venda às peças.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Tal como em relação à EMEF e à CP

Carga, também na TAP, companhia aérea de bandeira, a política do Governo está a ser de traição ao

interesse nacional e de ataque à nossa soberania.

O PCP reafirma: a situação vivida ao longo das últimas semanas na TAP é inseparável do objetivo do

Governo de proceder à sua privatização, entregando-a nas mãos de grupos económicos e financeiros. Por

mais tentativas que existam em procurar identificar outros responsáveis, é o Governo e a sua política o

principal fator de desestabilização da TAP, enquanto empresa pública e estratégica para os interesses

nacionais.

A verdade é que a principal ameaça ao presente e ao futuro da TAP é o Governo PSD/CDS e a política de

direita.

É isso que se verifica quando se permite financiar com recursos públicos as chamadas «companhias low

cost», ao mesmo tempo que nega esse financiamento à TAP; quando se impõem drásticas limitações à

contratação de pessoal, prejudicando a resposta da companhia e levando mesmo ao cancelamento de largas

centenas de voos, como aconteceu no verão passado; quando se procede à privatização da ANA Aeroportos

colocando a sua principal cliente, a TAP, refém dos interesses do novo proprietário, a multinacional Vinci.

Por mais manobras que possam ser desenvolvidas, é o Governo e a política de direita que ameaçam e

comprometem o futuro da TAP. Ainda estamos a tempo de travar estas privatizações e estas medidas

ruinosas para o interesse do País!

Para a estabilização presente e o desenvolvimento futuro da empresa, o que é preciso é assumir

claramente a TAP como empresa pública, estratégica para o País, para o sector da aviação civil, para o

turismo e a economia, para a coesão territorial, para a ligação às comunidades portuguesas, para a soberania

nacional.

O PCP defende:

Que sejam libertadas as empresas públicas, e nomeadamente a TAP, das restrições à gestão atualmente

impostas pelo Governo;

Que se apoie a TAP na resolução do problema da ex-VEM (Varig Engenharia e Manutenção), agora

designada Manutenção Brasil;

Que se invista na Manutenção da TAP, modernizando-a, alargando os quadros de pessoal e as

instalações;

Que se ponha termo à instabilidade no handling/assistência em escala e se reforce a ligação da SPdH

(Serviços Portugueses de Handling, S.A.) à TAP;

Que sejam resolvidas as necessidades de capitalização da TAP e que se acabe com o favorecimento e

financiamento público às companhias concorrentes à TAP.

O PCP persistirá com a sua luta e intervenção para que este objetivo seja concretizado, combatendo

chantagens, mistificações e operações provocatórias, e afirmando uma outra estratégia comprometida com os

interesses nacionais.

Já para o dia 22 deste mês, agendámos o debate dessas propostas, dessas soluções concretas que

podem e devem, desde já, ser assumidas como caminho alternativo para a construção de um futuro melhor

para a companhia e para o seu papel na economia e soberania nacional.