14 DE MAIO DE 2015
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Exato!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, coloquemos a questão nos verdadeiros termos em que ela se
coloca.
Sr. Deputado, quero dizer-lhe, de forma muito clara, que é óbvio que respeito a posição ideológica do
Partido Comunista Português, no sentido de que todas as empresas devem ser públicas. Mas sucede que não
só na TAP, mas também na CP, no dia 16 de abril, foram suprimidos quase 4000 comboios, devido à greve.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ou não sabe o que diz ou está a mentir deliberadamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sabe qual é o maior contributo para o aumento de quota de mercado
nas empresas privadas? São as greves!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ora, nem mais!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sabe qual é o maior contributo para pôr em causa as empresas
públicas? São as greves!
Sabe qual é o maior contributo para pôr em causa o futuro dos trabalhadores e a capacidade de pôr estas
empresas a gerar economia e mais emprego? É exatamente uma postura dos sindicatos pouco responsável e
pouco séria!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Se o Sr. Deputado for capaz de reconhecer isso, talvez possamos
começar a conversar.
Aquilo que o Sr. Deputado devia começar por dizer aqui era aquilo que sempre disse: nós entendemos que
é possível haver empresas públicas e privadas. Nós também! Nós entendemos que é possível existirem
empresas públicas boas e empresas privadas boas. O que o Estado está a fazer, no caso da CP, é a privatizar
apenas uma parte.
Subscreva a importância da ferrovia para o País, subscreva a importância estratégica da ferrovia, mas não
pretenda encurralar-nos com argumentos ideológicos e, depois, branquear tudo aquilo que não deve
branquear, como, por exemplo,…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Termino, Sr.ª Presidente.
…como por exemplo, aquilo que acontece no Metro do Porto, em matéria de greves e ganho de
passageiros, e o que acontece nos outros modelos de transportes, onde as greves ferem de morte qualquer
credibilidade desse mesmo transporte.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Hélder Amaral, salvo erro, o Sr. Deputado disse,
ainda agora, que esta greve que se verificou não era contra a privatização da TAP.
Verifico o vosso critério: quando houve uma greve contra a privatização da TAP, os senhores nem
esperaram pelos serviços mínimos, fizeram imediatamente uma requisição civil ilegal, violando a Constituição
e as leis fundamentais deste País.
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!