28 DE MAIO DE 2015
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numa coisa: no gesto. Dirigiu-se para as bancadas dos grupos parlamentares quando o recado era direitinho
para a bancada do Governo.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Eu até subscrevo todo esse recado de serenidade no sentido de acautelar
a confiança dos três milhões de pensionistas!
Portanto, a Sr.ª Ministra continua, de facto, sem ter a capacidade de responder aos três milhões de
pensionistas, ao País e ao Parlamento. Que malabarismo vai fazer para ter 600 milhões de impacto positivo na
segurança social, sem ser com cortes nas pensões?! E reafirmo o que disse inicialmente: a história que já
vivemos demonstra que a palavra do Governo vale pouco, pois quando disse que não ia cortar pensões, foi
quando cortou pensões.
Olhe, Sr.ª Ministra, parece aquele presidente de determinado clube quando dá uma conferência de
imprensa a dizer que tem confiança no treinador: significa que já lhe fez a carta de despedimento. É a mesma
coisa.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Quando a senhora vem dizer que não se cortam pensões é porque tem o
plano claríssimo de cortar mais pensões.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, não há mais inscrições na Mesa. Não sei se alguém pretende
inscrever-se…
Pausa.
Tem a palavra a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças para uma intervenção.
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Sr.ª Presidente, eu tinha a expetativa de que pudesse ter
respondido às questões colocadas pelos Srs. Deputados, mas, como não ouvem aquilo que eu digo e insistem
na interpretação e num processo de intenções, lamento. Espero, no entanto, que os portugueses possam ter
ouvido qual é, mais uma vez, a posição do Governo relativamente a esta matéria. Há um problema de
sustentabilidade na segurança social que é importante e urgente resolver. Queremos um consenso no
Parlamento, queremos discutir com os parceiros sociais uma solução para esse problema…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Qual?!
A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — … e estamos abertos, em qualquer momento, para iniciar
essa discussão. Se os partidos da oposição, nomeadamente o Partido Socialista, não o quiserem fazer, não
há nada que possamos obrigar.
Uma última nota sobre o Programa de Estabilidade, que os Srs. Deputados terão lido, espero. O Programa
de Estabilidade apresenta toda uma estratégia complementada pelo Programa Nacional de Reformas para o
crescimento da economia e para a criação de emprego. Contudo, como os Srs. Deputados bem sabem, não
basta desejar e não decretar, estão lá as medidas, as reformas e os impactos previsíveis, num cenário credível
e prudente, para continuarmos na senda do crescimento e da criação de emprego.
Temos, no entanto, problemas profundos que exigem consensos sobre outras matérias e outras soluções.
Mais uma vez, reitero a disponibilidade do Governo, na expetativa de que o Partido Socialista possa
corresponder favoravelmente ainda antes das eleições, para que possamos todos partir para esse ato com o
devido esclarecimento sobre que consenso é possível encontrar. Isto porque, Srs. Deputados, a razão pela
qual os portugueses nos elegem e a responsabilidade que exigem de nós é que não ponhamos os interesses