28 DE MAIO DE 2015
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paz social e concertação social. Isto tem de ficar muito clarinho, porque foi exatamente isto que foi dito no
Programa de Estabilidade e é o que sempre tem sido dito aqui.
Compreendemos que quando as eleições se aproximam seja interessante, por parte do Partido Socialista,
agitar o medo, a insegurança e a incerteza. Compreendemos que é conveniente, mas não é verdadeiro, Srs.
Deputados. Por mais que se queira criar uma cortina de fumo e lançar a insegurança,…
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): A Sr.ª Ministra das Finanças é que lançou a insegurança!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … não é sobre os partidos da maioria, é sobre os mais de 3 milhões
de pensionistas que nos estão a ver em casa e que ficam sem perceber o que se está a passar. Esse é que é
o problema.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Ah, pois é!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Percebemos que possa ser conveniente, mas não é verdadeiro, nem
intelectualmente, nem politicamente honesto.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Em segundo lugar, e uma vez que estamos a falar do problema da
sustentabilidade da segurança social, queria dizer que esse é um problema que afeta quem está, neste
momento, no sistema, mas também quem está a trabalhar e que terá ou não acesso ao sistema. E o PS
parece reconhecer, em alguns momentos — pelo menos nos dias bons, embora não seja em todos,
naturalmente —, que há um problema real.
O que me faz alguma confusão é que o Partido Socialista, depois, não seja capaz de retirar uma
consequência daí. Os senhores não são, pura e simplesmente, capazes de dizer o que desejam do sistema e
de apresentarem propostas alternativas. Já nem falo em serem capazes de apresentarem propostas, falo em
sentarem-se com outros partidos ou com o Governo e tentarem encontrar uma solução minimamente
consensual. É isso que o PS não é capaz de fazer.
E, mais, quando o PS apresenta propostas, elas variam entre duas coisas: uma coisa é dizer que, sim,
senhor, há um problema de sustentabilidade e, portanto, vão baixar a TSU, o que significa, por assim dizer,
que vão cortar, de forma substancial, nas receitas da segurança social. E o problema da sustentabilidade?
Bom, dizem: «Não fazemos a mínima ideia de como se irá resolver no ano que vem e daqui a 10 anos as
pessoas receberão pensões menores e está o assunto terminado».
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quem viu o CDS e quem o vê! Haja vergonha!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Depois, há ainda a segunda parte: quando se pergunta como é que
se resolve o problema da própria sustentabilidade e das pensões que temos de pagar no ano que vem,
respondem «é muito simples, a economia resolve, o crescimento económico resolve.»
Srs. Deputados, o crescimento económico é, sem dúvida, resposta para muitas perguntas. Mas pergunto:
quantas vezes mais Portugal terá de passar por aquilo que já passou até os senhores perceberem que
crescimento económico a sério não é como estão a dizer?
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Não dá para se tomarem medidas conjunturais, medidas que duram
um ano ou dois, e imaginar que isso resolve todos os problemas. Não resolve, cria problemas!
Pergunto: quantas vezes mais Portugal terá de passar por aquilo que passou até os senhores perceberem
que a vossa receita, pura e simplesmente, não funciona?
Aplausos do CDS-PP.