28 DE MAIO DE 2015
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Quanto às perguntas concretas que os Srs. Deputados colocaram, começo por responder ao Sr. Deputado
João Oliveira.
Mais uma vez, aquilo que está no Programa de Estabilidade é o compromisso de um impacto positivo de
600 milhões de euros sobre a conta da segurança social, com a combinação entre receita e despesa, que
pode ficar com novas receitas, havendo consenso idealmente com todos os partidos, mas com maior peso do
maior partido da oposição. É isso que está dito e escrito e que tem sido sistematicamente repetido.
Portanto, Sr.ª Deputada Mariana Aiveca, não há nenhuma decisão, não há nenhum desenho de corte de
reformas.
Não vale a pena continuarem a agitar o «papão» para fugirem à discussão daquilo que é verdadeiramente
importante, que é haver um consenso sobre a reforma da segurança social, a bem de todos. E o Partido
Socialista, que tem propostas que só agravam o problema, recusa sentar-se connosco antes das eleições
naquela que seria uma atitude verdadeiramente responsável, para nos apresentarmos a eleições com uma
proposta consensualizada que pudesse ser discutida com os parceiros sociais e que, essa sim, pudesse
verdadeiramente trazer informação, tranquilidade e capacidade de os portugueses votarem plenamente
informados.
Reiteramos o que dissemos e estamos disponíveis para nos sentar, hoje, se for o caso, à procura dessa
solução para a sustentabilidade da segurança social.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, começo por
referir algo que me parece muito estranho: o Bloco de Esquerda, o PCP e o Partido Ecologista «Os Verdes»
colocaram questões à Sr.ª Ministra depois da sua intervenção. O PS não colocou — aparentemente está
completamente esclarecido sobre esta matéria —, pelo que começamos por estranhar esta posição de silêncio
do Partido Socialista.
É que o debate de hoje deve ser marcado sobretudo por dois princípios, dois valores: a verdade e a
coragem.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Ora!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sobre a questão da verdade do sistema de pensões que temos em Portugal,
temos um sistema de repartição que funciona bem se houver um aumento significativo da economia, criação
de emprego, baixa do desemprego e equilíbrio a nível demográfico, situações que, em Portugal, há alguns
anos não têm acontecido.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Pois não! É austeridade!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Por outro lado, funciona bem se houver saldos no sistema de segurança social.
Pois bem, em 2007 houve um défice de 135 milhões de euros; em 2009, de 217 milhões de euros; e em 2010
de 123 milhões de euros. Isto é, antes da crise já havia défice no sistema previdencial da segurança social.
Claro que quando o Governo tomou posse, para suprir este défice introduziu 4600 milhões de euros para
que a situação fosse sustentável.
Mas também é preciso dizer a verdade às pessoas: os responsáveis do Partido Socialista não venham
agitar «papões», falem a verdade às pessoas e aos contribuintes. O sistema, tal como está, é insustentável. O
sistema só iria romper em 2015, de acordo com os anúncios que o Sr. Deputado Vieira da Silva fazia há uns
anos. Agora, o tempo é bem mais curto; já não dá até 2050 Mais: a manutenção de um sistema de pensões
que pague os atuais pensionistas e não defraude os atuais contribuintes e futuros pensionistas é um propósito
que todos assumimos.