28 DE MAIO DE 2015
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A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças (Maria Luís Albuquerque): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados, Srs. Deputados do Partido Socialista, o Governo, através da minha pessoa ou de qualquer outro
dos membros do Governo, não disse que tem de haver cortes nas pensões.
Risos do PS.
Nós temos um problema de sustentabilidade da segurança social, que, aliás, já está reconhecido pelo
próprio Partido Socialista. É já um avanço que o Partido Socialista reconheça que há um problema de
sustentabilidade da segurança social, porque, até há bem pouco tempo, nem isso era reconhecido.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Na verdade, aquilo que sabemos hoje é que há um conjunto de soluções que não são passíveis de ser
implementadas, porque o Tribunal Constitucional já se pronunciou sobre propostas de solução que o Governo
apresentou. Mas não foi por isso que o problema desapareceu. O problema continua a existir. E é a esse
reconhecimento que está no Programa de Estabilidade, ou seja, que existe um problema de sustentabilidade
da segurança social, que importa dar resposta.
E, precisamente porque a segurança social é algo que legitimamente nos preocupa a todos, essa resposta
é não só importante como urgente.
Aquilo que o PS faz, curiosamente reconhecendo que há um problema de sustentabilidade na segurança
social, é apresentar um conjunto de propostas que o agravam de uma forma que, seja qual for a fonte dos
cálculos, é sempre muito superior a 11 000 milhões de euros, a que vêm juntar ainda uma proposta de
descapitalizar os fundos da segurança social em mais 1400 milhões de euros para afetar à reabilitação
urbana.
Protestos do PS.
Isso, Srs. Deputados, o que faz é agravar o problema da segurança social e não resolvê-lo.
Aquilo que o Governo quer fazer é encarar esse problema de frente e obter o amplo consenso que o
problema merece. É que estamos a falar de um problema para as gerações atuais e para as gerações futuras,
e isso implica uma atitude de responsabilidade, de consenso alargado, que envolva naturalmente os parceiros
sociais, para encontrarmos a solução para este problema.
E não é com uma estratégia de querer dizer que o Governo tem um desenho fechado, que não tem — o
que foi dito, repetido e reiterado e está escrito com todas as letras no Programa de Estabilidade —, que o
problema se resolve.
Só podemos lamentar que o Partido Socialista gaste o tempo a acusar o Governo de coisas que
manifestamente não são verdadeiras, em vez de responder aos nossos apelos e de se sentar ao nosso lado
para encontrar a solução que resolva o problema dos portugueses em tempo útil.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O que o Partido Socialista pretende é manter esta incerteza até depois das eleições, uma estratégia a que,
aliás, já estamos habituados e que é esta: prometemos umas coisas e depois das eleições logo se vê.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Risos do PS.
O Sr. João Galamba (PS): — É preciso ter lata!