I SÉRIE — NÚMERO 91
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É tempo de perceber que os rendimentos de pensões são hoje, mais do que nunca, não apenas
rendimentos de pensionistas mas, sim, uma base fundamental para as famílias, muitas vezes para três
gerações de cidadãos.
Aplausos do PS.
A insistência da maioria nesta receita mostra a sua fidelidade ao modelo de ajustamento de Vítor Gaspar,
mostra que o pós-troica não mudou a crença de uma austeridade a todo o custo e com alvos escolhidos.
Ninguém nega que assistimos, desde a grande recessão de 2008/2009, a uma degradação significativa dos
sistemas de pensões. Mas há que saber identificar as causas e os agentes dessa degradação.
A recessão económica e as erradas políticas de ajustamento, inspiradas no logro da austeridade
expansionista, produziram uma brutal destruição de emprego, sem paralelo em tempo de paz (600 000 postos
de trabalho); uma queda prolongada dos salários; e uma fragilização das relações laborais. E tudo isto retirou
milhares de milhões de euros ao sistema de segurança social.
Aplausos do PS.
Não foi o crescimento das prestações sociais que degradou o equilíbrio do sistema, foi antes a instabilidade
e o recuo da sua base económica de sustentação: o emprego e os salários.
O que está verdadeiramente em causa na posição da maioria é a utilização dos sistemas de pensões ao
serviço de uma estratégia orçamental que desvaloriza a necessidade de uma mais rápida recuperação da
economia e do emprego.
É por isso que a estimativa de emprego para 2019 se situa 120 000 postos de trabalho abaixo da previsão
que este Governo tinha feito para 2015.
Aplausos do PS.
Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: A maioria insiste na tentativa de
associar o Partido Socialista a uma estratégia de redução das prestações sociais, que já se provou ser
orçamentalmente ineficaz e economicamente desastrosa.
Aplausos do PS.
Não somos parceiros para essa estratégia. Não é socialmente aceitável, nem economicamente justificável
que se renove a ameaça de cortar mais as pensões atribuídas.
Não somos parte de uma política que já esta a provocar mais instabilidade, mais incerteza nas famílias e
mais incerteza na economia.
O tempo é o de mobilizar o País para uma recuperação económica que, sustentadamente, garanta mais
emprego e mais rendimento. Tal é possível sem comprometer a nossa participação ativa na União Económica
e Monetária.
É para essa política, sim, que Portugal precisa de compromissos: no plano da concertação social e no
plano político.
É desta forma que o PS se apresenta perante os portugueses, nas próximas eleições legislativas,
consciente das dificuldades, em particular as da proteção social, e sabendo que não há soluções miraculosas,
mas sabendo igualmente que as soluções desta maioria e deste Governo já mostraram que não servem o
futuro do País.
Por essa razão, o País quer mudar de políticas, quer mudar de Governo.
E não há política de medo que possa impedir o País de mudar.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças.