6 DE JUNHO DE 2015
17
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, diz o Sr. Deputado que não interessa quem nomeou Carlos
Costa há cinco anos. Claro, o exercício de memória, para o Partido Socialista, nunca conta!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Eu sei, não interessa!
Em segundo lugar, Sr. Deputado, sobre a relatora do inquérito, a mim só me apetece fazer um comentário:
é preciso não ter assunto para vir com uma questão dessas!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É isso mesmo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas eu respondo ao seu não assunto: a senhora que conduziu o inquérito foi
escolhida, com certeza, pelo Inspetor-Geral de Finanças. É uma inspetora de Finanças, não foi nomeada pelo
Governo!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Dou, ainda, a palavra ao Sr. Deputado Ferro Rodrigues para prosseguir.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Agora vai falar do desempego!
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, há vários temas de que
evidentemente vou falar, utilizando o tempo de que disponho. Se o Sr. Primeiro-Ministro não gere bem o seu
tempo, era o que faltava que a bancada do PSD não me deixasse falar! Era só o que faltava!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Com todo o gosto!
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Ainda não chegámos aí!
Sr. Primeiro-Ministro, o Supremo Tribunal Administrativo aceitou como boa uma providência cautelar contra
a privatização da TAP. Queria perguntar-lhe se acha normal invocar o interesse nacional para continuar esta
perfeita aventura, esta decisão que ofende grande parte do País, quando o interesse nacional seria
exatamente o de parar essa privatização imediatamente.
Sr. Primeiro-Ministro, uma outra questão tem a ver realmente com o emprego e com o desemprego, como
foi dito.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Pública esteve neste Parlamento e deu-nos a informação de
que havia 46 000 pessoas com contratos emprego-inserção, que depois contam como ocupados e não como
desempregados, com uma subvenção mensal de 419 € ou 84 €, caso tenham ou não subsídio de desemprego
— os 84 € são qualquer coisa de absolutamente aviltante. Ora, assim se reduz a taxa oficial de desemprego,
porque o número de ocupados em empresas privadas é muito grande.
Sobre a questão das pensões, pelos vistos — era o que dizia ontem um jornal, em grande parangona —,
Portas e Passos Coelho esqueceram-se do corte de 600 milhões. Bom, mas os portugueses não se
esqueceram. Os portugueses não se esqueceram dos cortes que foram feitos antes, nos salários, nos
ordenados e nas pensões.
E hoje há mais uma resposta do grupo de economistas do Partido Socialista, para além das 29 que o Dr.
Marco António ainda deve estar a digerir, que demonstra que a vossa proposta, de corte de 600 milhões,
destrói 15 000 empregos, enquanto o projeto do PS permite um aumento do crescimento económico da ordem