6 DE JUNHO DE 2015
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Governador do Banco de Portugal alguém que não reúna o consenso e o respeito generalizado desta
Assembleia da República?!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — É outra vez um problema de respeito pela Assembleia da República!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, o respeito pelos órgãos de soberania assume-
se quando cada um assume as suas competências.
A competência do Parlamento é a de proceder à audição do nome indigitado pelo Governo para o Banco
de Portugal. Essa é a competência do Parlamento.
A competência do Governo, nos termos da lei, é fazer a nomeação do Governador do Banco de Portugal.
Da mesma maneira é competência do Governo apresentar pelo seu Primeiro-Ministro, em Bruxelas, no
Conselho Europeu, as propostas do Governo sobre esta matéria e não viola em nada o respeito que tem pelo
Parlamento.
Portanto, Sr. Deputado, a sua ideia de que não há respeito pelo Parlamento não tem qualquer sentido.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Tem, tem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas um Parlamento que quer pronunciar-se ativamente sobre as matérias fá-
lo. Saiba o Sr. Deputado que há mais de meio ano que é conhecido que o Conselho Europeu de junho vai
debater o aprofundamento da União Económica e Monetária. É sabido desde o ano passado, Sr. Deputado.
De que é que está à espera para dizer, no Parlamento, o que é que o Partido Socialista entende sobre essa
matéria?
Vozes do PSD: — Ora bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado tem iniciativa, tome a sua iniciativa. Eu não estou a
desrespeitar a iniciativa de ninguém.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Agora, estou a exercer as competências que são do Governo, Sr. Deputado.
Vamos à questão do Banco de Portugal. O Governador Carlos Costa foi escolhido pelo Partido Socialista
para ser Governador do Banco de Portugal.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — A sério?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi pelo Governo do Partido Socialista, não foi?!
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Pelo Governo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Muito bem, muito obrigado! É que creio que é preciso ter isso em conta.
Na altura, eu liderava o maior partido da oposição. Era Presidente do PSD quando o PSD era o maior
partido da oposição, em 2010.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Mas foi ouvido?!