I SÉRIE — NÚMERO 96
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dos 1900 milhões de euros. Penso que deviam aproveitar para estudar essa resposta e pedir ao Dr. Marco
António que mande as 29 respostas para nos prepararmos para fazer um debate em que os senhores possam
ser parte ativa.
Refiro, ainda, uma questão fundamental: o Sr. Primeiro-Ministro disse há uns tempos que a história da
política do seu Governo, a história da política da austeridade, era uma história que acabava bem. Infelizmente,
Sr. Primeiro-Ministro, não é uma história que acabe bem.
O Sr. Primeiro-Ministro, certamente, tem a noção de uma estatística publicada no dia 1 de junho a nível da
União Europeia, relativa à satisfação com a vida em geral, em que Portugal é, neste momento, o penúltimo,
apenas ultrapassado, para pior, pela Bulgária, e o aspeto de vida que conduz à maior insatisfação por parte
dos portugueses é a situação financeira das famílias, e essa é da vossa inteira responsabilidade.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, acabámos de ouvir o PS a
falar de história, mas de uma história, ou de um conceito de história, diria, muito seletivo. Isto porque o Partido
Socialista parece esquecer quem nomeou, parece esquecer como levou o País à bancarrota, parece esquecer
o Memorando de Entendimento que tivemos de assinar, ou que assinou em nome do País, e até se esqueceu
— veja bem, Sr. Primeiro-Ministro! — do que disse em debates quinzenais sobre a lista VIP.
De facto, não deixa de ser extraordinário que o Partido Socialista, sobre a lista VIP, fale de uma alta
funcionária pública…
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Ex-assessora!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … mas não peça desculpa por ter dito aqui que o Sr. Primeiro-
Ministro mentiu quando disse que o Governo não sabia de nada em relação à lista VIP, e é precisamente isso
que conclui o inquérito.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Vozes do CDS-PP: — É uma vergonha!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É preciso respeitar a Assembleia da República e respeitá-la é,
quando nos enganamos e no local próprio, dizermos: «Estava errado, peço desculpa, ainda bem que se
esclareceu, o Governo nada sabia».
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não deixa de ser interessante que, numa semana rica em factos do ponto de
vista do INE, tantas vezes aqui citado pela oposição, o Partido Socialista tenha esquecido alguns factos, que
eu gostaria aqui de lembrar.
Primeiro facto: sexta-feira, dia 29 de maio, o INE fez uma revisão em alta do crescimento de um trimestre,
que até nem costuma ser favorável, que subiu de 1,5% para 1,6%. O Partido Socialista ignorou isso e nem
falou do crescimento de 6,8% das exportações, que muito contribuiu para esse mesmo crescimento.
Segundo facto: a formação bruta do capital fixo, ou seja, do investimento, confirma que a recuperação veio
para ficar, registando uma subida assinalável.
Terceiro facto: terça-feira, dia 2 de junho de 2015 — foi há poucos dias, Sr. Deputado Ferro Rodrigues —, o
INE veio dizer, sobre os dados de desemprego, que com maior investimento e maior crescimento houve,
naquilo que é uma fratura social muitíssimo grave, uma redução do desemprego, e o Sr. Deputado não falou
disso.
E é bom percebermos que sobre o desemprego — lá está a questão da história, a questão da memória…
Protestos do Deputado do PS Ferro Rodrigues.