6 DE JUNHO DE 2015
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Aquilo que se passa no confronto de projetos e de alternativas não representa
o agitar de nenhum medo, apenas a realidade, Sr. Deputado. Aquilo que se passou em 2011 não foi medo, foi
realidade, Sr. Deputado.
O Sr. Jorge Fão (PS): — Sim, sim!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Aquilo que representa a estratégia económica que os senhores hoje defendem
para Portugal, ignorando o que se passou nos períodos de vossa responsabilidade governativa e que conduziu
ao resgate externo, não é uma ameaça vaga, Sr. Deputado,…
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): -- É, é!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … é a realidade do País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quando os senhores se propõem repetir a mesma política, Sr. Deputado, isso não pode ser ignorado. Não
há medo nenhum, não tenho medo nenhum, nem inspiro medo nenhum. Mas é natural que as pessoas
queiram atender bem àquilo que representa a vossa proposta e o vosso projeto alternativo, como diz, e muito
bem.
Nessa medida, Sr. Deputado, as garantias que apresentámos estão escoradas naquilo que são os nossos
resultados. E julgo, evidentemente, que os portugueses os conhecem.
Os senhores pensam que os portugueses estão agradecidos ao PS por ter deixado o Memorando e o
resgate e não ter querido ficar com nenhuma das dores das medidas que tiveram de ser executadas. Os
senhores acham que os portugueses lhes vão agradecer o facto de se terem posto de fora dessa
responsabilidade. Iremos ver o que os portugueses pensam disso, Sr. Deputado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas diz o Sr. Deputado que nós apresentámos um contributo do Primeiro-Ministro português para a
discussão que vai ter lugar no Conselho Europeu sobre o aprofundamento da União Económica e Monetária
sem debate nacional. Muito gosta o Sr. Deputado, nas suas intervenções, das questões de forma e não das
questões de conteúdo.
O Sr. José Magalhães (PS): — De forma?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Diz o Sr. Deputado alguma coisa sobre aquele que foi o meu contributo para a
discussão que vou realizar no Conselho Europeu? Não diz! O Sr. Deputado não diz!
Mas devo dizer que fiz intervenções públicas várias sobre essas matérias e cheguei em alguns casos a
fazer referência, aqui, a essas matérias,…
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Aqui?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … como fiz em relação à união bancária, como fiz em relação à união
financeira, como fiz em relação ao fundo monetário europeu.
Portanto, Sr. Deputado não tenho políticas de segredo. Mas é sabido que é o Partido Socialista, pela voz
do seu líder e pela sua própria voz, que diz, não é semana sim, semana não, é semana sim, semana sim, que
compromissos até às eleições não há.
Quer dizer, o Partido Socialista coloca-se todas as semanas fora de qualquer compromisso e depois
suscita um problema de forma para dizer: «Os senhores apresentaram um papel para discussão, mas não nos
consultaram». Sr. Deputado, está em discussão. Aguardamos aquilo que o Sr. Deputado tenha a dizer sobre
essa matéria.