I SÉRIE — NÚMERO 99
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qualquer apoio do Estado, porque esta maioria PSD/CDS deles não se quer ocupar, a eles não lhe vê
nenhuma urgência?!
Quanto custa, afinal, saber que há quem trabalhe no nosso País tendo um salário mínimo e que esse
salário mínimo não garante dignidade, não garante, sequer, que as famílias que o recebem saiam da
pobreza?!
Quanto custa, afinal, na coesão social saber que esta desigualdade no País grassa ao mesmo tempo que o
desemprego disparou, mas também dispararam o número de milionários no nosso País?!
Afinal, a direita não quer saber como pagar esta fatura de miséria no nosso País. Não pergunta como custa
a um país ter este flagelo, nem quer dar nenhuma resposta a estas pessoas.
Mas foram respostas que nós hoje aqui trouxemos. A lei de emergência social proposta pelo Bloco de
Esquerda é uma lei para aqueles e aquelas que não podem esperar para amanhã por respostas urgentes para
hoje e que não aceitam que do Governo e desta maioria apenas lhe acenem com os «amanhãs que cantam»
num presente de frio e de terror.
Não aceitamos que eles fiquem desprotegidos e que da maioria não haja senão uma palavra de bater nas
costas para se saber que depois se tentarão aproveitar deles numas quaisquer eleições, sendo certo que eles
nunca serão a prioridade desta maioria.
Mas nós sabemos que, quando a maioria tentou honrar compromissos, não foi com aqueles que quis tirar
da pobreza, não foi sequer com aqueles a quem deveria pagar as pensões, a quem tinha escrito que iria pagar
os salários. Esses foram os compromissos que a maioria falhou, ano após ano, em cada Orçamento do
Estado. Os compromissos que a maioria cumpriu foram com a finança e com a garantia de que aqueles que
vivem à custa do País e acima das possibilidades de todas e de todos nós, esses, vão continuar a viver acima
das nossas possibilidades.
O poema desse poeta inglês termina com uma reflexão e uma resposta a essa reflexão e esse é o pico do
humanismo. Diz ele: «E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti».
É essa a humanidade que nós cá trazemos hoje.
Protestos do Deputado do PSD Adão Silva.
Nós somos esses e essas por quem os sinos dobram, porque não esquecemos quem precisa de nós no
País, na Europa, no mundo. Chame-se Lisboa ou chame-se Atenas nós estamos cá para eles e para elas!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, chegados ao fim do debate do projeto de lei n.º
994/XII (4.ª), pedia aos serviços para acionarem o sistema eletrónico para procedermos à verificação do
quórum.
Pausa.
O quadro eletrónico regista 184 presenças, às quais se acrescentam 4 (dos Deputados do PS Fernando
Jesus, Elza Pais, Inês de Medeiros e Laurentino Dias), perfazendo 188 Deputados, pelo que temos quórum
para proceder às votações.
Srs. Deputados, vamos passar à votação, na generalidade, do projeto de lei n.º 994/XII (4.ª) — Lei de
emergência social (BE).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD e do CDS-PP, votos a favor do PCP, do BE e
de Os Verdes e a abstenção do PS.
Srs. Deputados, a próxima sessão plenária realizar-se-á amanhã, quinta-feira, dia 18, a partir das 15 horas,
e a ordem do dia vai ser preenchida com a apreciação do projeto de resolução n.º 1533/XII (4.ª) — Propõe
medidas visando a defesa do carácter público, universal e solidário da segurança social, o financiamento
adequado do sistema previdencial e a transparência na utilização dos seus recursos financeiros (PCP).