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I SÉRIE — NÚMERO 99

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sofrimento a muitos e muitos portugueses, a uma larga percentagem da população portuguesa. Tínhamos

essa noção e desde o início que o Governo e esta maioria anunciaram as suas linhas.

Tendo noção disso, tendo essa consciência, dissemos que era preciso empreender reformas profundas

para recuperar o País, para recuperar as finanças públicas, para relançar a economia, para permitir que o País

se relançasse na criação de emprego e, ao mesmo tempo, para suportar o impacto inicial que as medidas de

constrangimento constantes do Memorando iriam causar a largos sectores da população portuguesa dissemos

que iríamos ter de implementar um programa de emergência social, iríamos ter de implementar medidas

excecionais de apoio às pessoas que mais iriam sofrer, as centenas e centenas de milhares que herdámos do

Partido Socialista que já estavam no desemprego e já com o RSI. Era quase 1 milhão de portugueses que, em

2011, já estavam nessa situação, mais aqueles que, numa primeira fase de aplicação das medidas, iriam

também sofrer esse impacto. E este Governo fê-lo.

O que é facto é que, com firmeza e não cedendo a discursos fáceis, não cedendo a facilitismos, não

cedendo às pressões que a esquerda quis impor, na rua, ao País inteiro, no sentido de facilitar, de abrandar

um caminho que sabíamos que era duro e difícil, conseguimos, a partir do primeiro trimestre de 2013, dar a

volta à situação.

A partir daí, altura em que o desemprego atingiu quase 18%, paulatinamente, conseguimos começar a

baixar o desemprego — com esforço, com sacrifício, com firmeza, mas baixámos e hoje está em 13% —;

conseguimos começar a criar emprego; conseguimos pôr a economia a crescer em todos os sectores — na

indústria, na agricultura, no mar, nas pescas, nas exportações, no turismo.

O que é facto é que daí para cá foram já criados mais de 200 000 postos de trabalho e a população ativa

aumentou.

Ou seja, estou a falar de factos, estou a dizer que a firmeza deste Governo na aplicação de medidas duras

e que muito fizeram sofrer a todos, o facto de não ter cedido a facilitismos e, ao mesmo tempo, terem-se

efetuado as reformas que tinham de ser feitas, levaram a este desfecho: o País, hoje, está em franca

recuperação. Aliás, acho interessante o reconhecimento disso.

O próprio Bloco de Esquerda, ao apresentar este projeto de lei, inteligentemente — e aí «tiro-lhe o chapéu»

—, refere índices de comparação não os reportando a 2011, ao início da governação deste Governo, mas a

2009 e a 2010. O Bloco de Esquerda sabia perfeitamente que, de 2011 para cá, na nossa governação, os

valores eram diferentes e, por isso, socorre-se, para fazer as comparações negativas, da tal governação-

desastre e reporta-os a 2009, 2010.

Vou dar-vos um exemplo. Diz o Bloco de Esquerda que se considerarmos o limiar de pobreza de 2009, a

taxa de risco de pobreza é atualmente de 25,9%, tendo aumentado em 8 pontos percentuais.

Aqui dir-vos-ia, respondendo também a uma intervenção do Partido Socialista, que, quando o Partido

Socialista saiu do Governo em 2011, a taxa de risco de pobreza já tinha aumentado para níveis de 2006, não

foi com este Governo! Já tinha aumentado para níveis de há cinco anos! Não foi em 2012 ou em 2013, foi em

2011, quando o PS saiu, que a taxa de risco de pobreza recuou para níveis de 2006.

Mais adiante, diz o Bloco de Esquerda que houve um aumento, face a 2010, de 3,3 pontos percentuais e

de 4,5 pontos percentuais, respetivamente. Reportando a quando? Ao período de governação do Partido

Socialista, não ao nosso. Inteligentemente, foge sempre a isso.

Diz mais: de acordo com o INE, a taxa de intensidade da pobreza, que mede a insuficiência de recursos da

população em risco de pobreza, foi de 30,3% em 2013, registando-se um agravamento de 2,9 pontos

percentuais face a 2012 e de 7,1 pontos percentuais face a 2010.

O Bloco de Esquerda bem sabe que a taxa de agravamento do risco de pobreza cresceu no tempo do

Partido Socialista mais de 5%. Não foi com este Governo, foi com o Partido Socialista.

Protestos do PS.

Aliás, diria que, quando chegámos ao Governo em 2011 e apanhámos o País na situação em que estava, a

taxa de desemprego tinha recuado 14 anos, ou seja, a níveis de 1998 — não foi connosco, foi com o Partido

Socialista! —; o investimento em 2011, tinha recuado 19 anos, ou seja, para níveis de 1992 — não foi

connosco, foi com o Partido Socialista! —; a emigração tinha recuado 44 anos, ou seja, para níveis de 1967 —

não foi connosco, foi com o Partido Socialista!