19 DE JUNHO DE 2015
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com uma outra política económica que crie emprego, que combata a precariedade e que aumente, de forma
generalizada, os salários é possível resolver, de forma estrutural, os problemas da segurança social.
Mas, Sr.as
e Srs. Deputados, enquanto essas medidas de política económica não são atingidas, há um
conjunto de outras propostas imediatas que podem ser assumidas. E foi isso que aqui trouxemos: propostas
que desmentem o discurso da insustentabilidade da segurança social e que confirmam que é possível
assegurar o seu financiamento, de forma a que os objetivos de política social, de melhoria das condições de
vida, de melhoria da proteção aos desempregados, de aumento geral das reformas sejam atingidos.
Sr.as
e Srs. Deputados, o resultado deste debate é clarificador: ao mesmo tempo que os trabalhadores e os
reformados ficam a saber que têm no PCP quem os defenda e quem apresenta medidas para defender os
seus direitos, ficam também a saber que dos partidos da troica — PS, PSD e CDS — só podem esperar mais
política da troica.
O PCP apresentou propostas e soluções para os problemas da segurança social, mas os partidos da troica
preferem cortes nos direitos dos reformados, dos desempregados, dos trabalhadores em geral.
Apresentámos propostas e soluções concretas para garantir o financiamento da segurança social, mas os
partidos da troica — PS, PSD e CDS — preferem atacar o PCP, em vez de atacar os problemas da segurança
social.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Da parte do PSD e do CDS, não tivemos praticamente nada de novo. Os
portugueses já sabem, efetivamente, aquilo com que não podem contar com os partidos que apoiam o
Governo. A experiência dos últimos quatro anos diz aos desempregados, diz aos pobres, diz aos
trabalhadores empurrados para a pobreza, diz aos reformados que com o PSD e com o CDS só podem contar
com o agravamento da sua situação, com a desproteção das suas vidas, com a violação dos seus direitos.
De resto, o PSD e o CDS que há uns meses, nesta Assembleia da República, inscreveram no Programa de
Estabilidade que enviaram à Comissão Europeia o objetivo de cortar 600 milhões de euros nas reformas e nas
pensões dos portugueses…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Mentira!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … procuram agora tentar esconder esses objetivos, porque percebem que
isso é algo que lhes queima as mãos em momento eleitoral.
Agora, tentam esconder-se em meias-palavras, mas o que está claro é que o que prometem aos
portugueses é continuar a fazer o mesmo que fizeram até aqui: cortes nos direitos, cortes nas pensões dos
portugueses e com esse objetivo já assumiram que o corte seja, pelo menos, de 600 milhões de euros.
Repare-se nesta perspetiva extraordinária que o Sr. Deputado Pedro Roque aqui nos trouxe. Diz-nos o
PSD: «O problema da segurança social é demográfico». Querem convencer-nos de que os problemas da
segurança social dependem da demografia, da evolução da natalidade e querem fazer depender a segurança
social da evolução da demografia e da natalidade.
O Sr. Adão Silva (PSD): — E não só!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O Sr. Deputado Adão Silva também está interessado em participar no
debate, pelo que lhe deixo também esta pergunta: Sr. Deputado, de que nos serviria um boom de natalidade
se os jovens continuam desempregados?
O Sr. Adão Silva (PSD): — Posso responder, Sr. Presidente?
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, não vamos estabelecer diálogo individual com os Srs.
Deputados. O Sr. Deputado faz a sua intervenção, mas não estabelece diálogo com nenhum dos Srs.
Deputados.
Faça favor de continuar.