25 DE JUNHO DE 2015
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Tem a palavra, Sr.ª Ministra.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O Relatório Anual de
Segurança Interna relativo ao ano de 2014 reflete uma redução generalizada da criminalidade que fica em
valores manifestamente inferiores à média dos últimos 12 anos.
Face ao ano anterior, a criminalidade geral diminuiu 6,7% e, por sua vez, a criminalidade violenta e grave
diminuiu 5,4%.
De 2013 para 2014 houve uma redução do número de homicídios, do número de roubos a edifícios
comerciais ou industriais, do número de roubos a residências, entre reduções verificadas noutros tipos de
crimes. Isto é, acentua-se a tendência de queda constante e consistente da criminalidade geral, violenta e
grave, uma trajetória que se iniciou em 2008 e que, desde então, tem vindo a registar valores cada vez mais
baixos.
É inequivocamente um bom resultado, fruto do brio, da dedicação e dos níveis de competência e
profissionalismo alcançados pelas forças e serviços de segurança.
Porém, não podemos esquecer os desafios que este Relatório Anual de Segurança Interna também reflete.
Embora se verifique um aumento residual do crime de violência doméstica, o total de casos verificados é muito
superior ao desejável e ao que é aceitável numa sociedade livre.
Muito embora os especialistas afirmem que mais do que um aumento do crime estamos perante um
fenómeno de desocultação de casos de violência, a verdade é que a violência doméstica é um desafio
premente que urge debelar e cujo combate a todos nos convoca.
A Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana têm desenvolvido um trabalho notável no
combate à violência doméstica, assentando a sua estratégia no quadro da prevenção e no apoio e
acompanhamento especializado às vítimas. Importa reforçar este trabalho e investir na consciencialização
pública, que é onde esta batalha tem de ser travada, numa perspetiva estrutural e de longo prazo.
Ainda assim, e sem esquecer este e outros desafios, a verdade é que Portugal é um país seguro, cada vez
mais seguro, algo que é demonstrado pelos últimos relatórios anuais de segurança interna, em particular pelo
RASI, referente ao ano de 2014.
Termino, expressando a minha confiança e o meu agradecimento às mulheres e homens que diariamente
zelam pela nossa segurança. E manifesto uma sentida palavra de apreço pelos portugueses, que, ainda que
confrontados com situações de enorme dificuldade, deram provas inequívocas de uma maturidade
democrática e de uma responsabilidade cívica ímpares.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Filipe Neto Brandão.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra da Administração Interna, o PS
congratula-se com os resultados do RASI, mas sobre eles pronunciar-me-ei na intervenção que tenciono fazer
mais tarde.
Neste momento, quero apenas colocar três questões à Sr.ª Ministra, a primeira das quais se prende com o
seguinte: quando a Sr.ª Ministra — e recordo que tomou posse em novembro do ano passado e que este RASI
foi apresentado em março deste ano — faz inscrever no relatório, concretamente nos objetivos estratégicos
para 2015, portanto, para este ano, que irá dar uma especial atenção à gestão dos meios aéreos da ANPC
(Autoridade Nacional de Proteção Civil), o pedido que não pode deixar de ser feito, Sr.ª Ministra, é que
esclareça a confusão que, neste momento, está criada com a disponibilidade dos meios aéreos, a dias que
estamos do início da fase Charlie, sendo certo que, em 22 de maio, a ANPC veio dizer que os cinco Kamov
estavam inoperacionais, que no dia imediatamente seguinte o Sr. Secretário de Estado veio esclarecer que,
afinal, três desses cinco estavam perfeitamente operacionais e que a Sr.ª Ministra, nesse mesmo dia, veio
dizer, aparentemente pretendendo tranquilizar-nos, que dois dos helicópteros pesados seriam substituídos por
quatro helicópteros ligeiros.