2 DE JULHO DE 2015
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eleições europeias. É, de facto, um precedente muito importante, que vai permitir que os cidadãos da União
Europeia possam, de uma forma muito mais atuante, poder participar na escolha do Presidente no futuro,
abrindo ainda mais, de uma forma democrática, essa participação.
A posição do Governo português foi, desde o início, determinante no apoio a esta medida, que inicialmente
teve muitos opositores de vários governos mas, felizmente, o Governo português apoiou-a desde o início e
conseguiu levá-la a bom porto.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Discutimos, hoje, aqui, o relatório relativo à
participação portuguesa durante o ano de 2014 e acabámos de ouvir o Sr. Deputado do PSD referir-se ao
relatório dizendo que ele é exaustivo e bastante descritivo. De facto, assim é, mas omite claramente o que foi
a postura do Governo português durante o ano de 2014 na sua relação com a União Europeia. E omite,
sobretudo, as implicações que teve na vida dos portugueses, na vida dos trabalhadores, ao nível das funções
sociais do Estado, ao nível da destruição dos serviços públicos. É isso que o relatório não diz e devia dizer.
Mas o relatório refere também — e está lá expresso claramente — é a postura de submissão, a postura de
abdicação que Portugal teve, durante o ano de 2014, no que toca à defesa dos interesses e da soberania
nacional. O que o relatório explana, de uma forma clara, é que, durante o ano de 2014, aliás, como ao longo
de todos os anos de governação PSD/CDS-PP, o Governo de Portugal, perante a União Europeia, nunca
levantou a voz em defesa dos interesses nacionais, em defesa da soberania nacional, em defesa dos setores
fundamentais da economia portuguesa.
Portanto, hoje, o que devíamos estar aqui a discutir, de facto, eram as implicações desta postura, mas bem
percebemos por que razão o PSD omitiu essas implicações. É que o relator do parecer deste relatório, o
Deputado Gabriel Côrte-Real Goucha, do PSD, está conivente com esta política de abdicação dos interesses
nacionais.
O que nós, PCP, dizemos é que do que a Europa e os portugueses precisam, de facto, é de uma rutura
com este caminho da União Europeia, uma rutura com esta política neoliberal, que quer impor a exploração e
o empobrecimento aos povos e, muito particularmente, a Portugal.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Barreto.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Se me permitem, porque hoje é dia 1 de
julho, dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, gostaria de saudar e
cumprimentar todos os madeirenses, aqueles que vivem no território nacional e também todos aqueles que,
nos quatro cantos do mundo, trabalham diariamente para uma vida melhor.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, naturalmente que a Mesa se associa ao voto do Sr.
Deputado.
Faça o favor de continuar.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Não seria de esperar outra coisa, Sr. Presidente.
Retomando o assunto do Relatório sobre Portugal na União Europeia para 2014, diria que é um vasto
documento, de quase 400 páginas, um documento que abrange variadíssimos temas da área da governação,
mas gostaria de destacar quatro importantes desenvolvimentos, quatro áreas de particular relevância para
Portugal.