4 DE JULHO DE 2015
57
«João Luís Inês Vaz, nascido no Soito, concelho de Sabugal, a 13 de novembro de 1951, morreu no
passado dia 23 de junho na cidade de Tarouca, aos 63 anos de idade.
Professor de profissão, do ensino secundário e universitário, doutorado em História da Arqueologia,
desenvolveu uma indelével atividade cívica e política no distrito de Viseu e em todo o País.
Foi vereador da Câmara Municipal de Viseu, cidade onde fixou residência, e Governador Civil do distrito de
Viseu, funções que desempenhou com extrema dedicação e com elevado brio, deixando uma imagem de
grande competência e rigor.
Integrou, igualmente, os órgãos sociais de inúmeras associações culturais e científicas, com o espírito que
sempre o norteou, de servir a comunidade e servir os seus concidadãos, presidindo atualmente ao Centro de
Estudos Aquilino Ribeiro.
Como investigador é vasta a sua obra, nomeadamente nas áreas da História e sobretudo da Arqueologia,
onde deu um forte contributo para o aprofundamento do conhecimento das nossas origens mais remotas,
deixando o seu nome associado a inúmeros livros, alguns deles traduzidos em várias línguas, artigos
científicos e escavações que nos ajudam a perceber a longa evolução do homem em sociedade.
João Luís Inês Vaz, com o seu exemplo, honrou e dignificou a política e a cidadania. Sendo um homem de
consensos, nunca deixou, em momento algum, de afirmar as suas convicções, fazendo as consequentes
ruturas quando estavam em causa princípios norteadores da sua intervenção política.
Era um homem íntegro, frontal, generoso e sempre disponível para ajudar e para trabalhar em prol da
comunidade, que com a sua morte prematura perdeu um dos seus melhores e mais dinâmicos cidadãos.
A Assembleia da República, reunida em Plenário, evoca a memória de João Luís Inês Vaz e apresenta à
sua família as mais sentidas condolências».
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 298/XII (4.ª).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Peço a todos o favor de guardarmos 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Srs. Deputados, vamos prosseguir com as votações.
Segue-se a votação do voto n.º 291/XII (4.ª) — De solidariedade com Tekbar Haddi, mãe do jovem
saharaui assassinado (BE).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD e do CDS-PP, votos a favor do PCP, do BE,
de Os Verdes e dos Deputados do PS Isabel Alves Moreira e Pedro Delgado Alves e a abstenção do PS.
Era o seguinte:
O caso de Tekbar Haddi está a gerar uma onda de solidariedade na Europa. Esta mãe saharaui esteve em
greve de fome durante 36 dias apenas para reivindicar que o Governo marroquino lhe devolvesse o corpo do
filho para lhe dar um enterro digno.
O seu filho, Mohamed Lamin Haidala, de 21 anos, foi atacado em janeiro por colonos marroquinos na
capital do Sahara Ocidental, El Aaiún. Depois de ter sido esfaqueado no pescoço, foi preso pelas autoridades
marroquinas sem que lhe tivesse sido prestado auxílio médico para além de uma sutura feita por um
enfermeiro sem anestesia nem desinfetantes.
Depois de dois dias em que foi mantido no chão da esquadra, Mohamed Lamin Haidala acabou por morrer,
vítima das lesões do ataque. Devido à recusa dos médicos e das autoridades, a família não teve direito a
quaisquer explicações, documento escrito ou autópsia, ou sequer ao corpo de Mohamed. Para além disso, a
casa da família de Mohamed permanece cercada pelas autoridades marroquinas e nenhum dos atacantes foi
preso.