9 DE JULHO DE 2015
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Terceira praga: em Portugal verificava-se uma das maiores desigualdades que existia em toda a União
Europeia. Em 2011, Portugal era um dos países mais desiguais da União Europeia.
Quarta praga: défices orçamentais volumosos e ruinosos — quase 10% em 2009, mais de 10% em 2011.
Quinta praga: défices externos preocupantes, que rondaram cerca de 10%, em média, na última década,
até 2011.
Sexta praga: o completo desgoverno do setor empresarial do Estado, que acumulava dívida operacional e
dívida financeira.
Sétima praga socialista, Sr. Deputado: a nacionalização do BPN.
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
Protestos do PS.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Oitava praga socialista: o défice tarifário na eletricidade que, se não tivesse
tido resposta do lado deste Governo com medidas corajosas, hoje estaria a implicar aumentos da tarifa, em
termos reais, na casa dos dois dígitos, acima de 10%.
Nona praga socialista: o endividamento galopante — mais de 20 pontos percentuais, quase tanto quanto no
tempo da assistência financeira externa —, durante sete anos de Governos socialistas,…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
… culminando com a expulsão de Portugal dos mercados financeiros e o pedido de assistência externa e,
portanto, com o pedido de vinda da troica.
Décima praga que o Partido Socialista, no Governo, nos deixou: um desemprego estrutural acima de 10%,
Sr. Deputado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pode, portanto, Sr. Deputado, fazer a leitura dos jornais — e tenho a certeza de que faz uma atentíssima
leitura dos jornais —, mas há duas coisas que o Sr. Deputado também deve ter em atenção. Em primeiro
lugar, que aquilo a que chamou a vergonha das privatizações representou para o Estado português o dobro do
encaixe financeiro que o Partido Socialista tinha prometido a Portugal, que era vender pela metade aquilo que
conseguimos vender a bom preço.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Em segundo lugar, tenha em atenção que Portugal tem tido, juntamente com os outros 17 países da zona
euro, um papel muito ativo para que seja possível encontrar um entendimento com a Grécia.
E, Sr. Deputado, as referências insistentes — direi até desesperadas — do Partido Socialista em querer
levar os partidos que apoiam este Governo, o PSD e o CDS-PP, e o próprio Governo a impedirem um acordo
entre as instituições e a Grécia é simplesmente risível, risível, Sr. Deputado!
Mas deixe-me dizer-lhe que gostaria de ouvir o Sr. Deputado comentar aquilo que têm sido as
intervenções, no plano público, de ex-ministros socialistas, ex-ministros das Finanças socialistas, a propósito
das negociações com a Grécia. Depois, Sr. Deputado, talvez possamos ter uma conversa mais bem ordenada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, queria começar, desde já, por
adiantar que não venho participar em nenhuma revista de imprensa, nem me vou deter em títulos de jornais.