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I SÉRIE — NÚMERO 108

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que sabíamos que a economia em termos percapita tinha crescido tanto como na Grande Depressão norte-

americana ou na década perdida do Japão, isso é preocupante, Sr. Deputado. Por que é que é preocupante?

Porque isso não permite a uma Nação continuar a apostar no Estado social como deve e a oferecer segurança

e confiança aos seus cidadãos, como é seu dever.

Por isso, Sr. Deputado, quando olhamos para os jornais, convém procurar realmente uma latitude de tempo

muito abrangente para sabermos quais são as grandes tendências. E hoje, Sr. Deputado, as grandes

tendências são simétricas àquelas que nos conduziram, em 2011, ao resgate.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ao fim de quatro anos, hoje posso dizer neste debate que, apesar de ainda

termos um nível de desemprego inaceitavelmente elevado, bolsas de pobreza preocupantes,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Dois mil e setecentos portugueses são bolsas de pobrezas?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … uma distribuição iníqua do rendimento entre os portugueses, desigualdades

de natureza cultural e social que temos de combater, não há dúvida de que podemos olhar para o futuro com

outra confiança e com outra esperança, porque sabemos que não estamos a caminhar para a

insustentabilidade e para o resgate, mas estamos a caminhar para resolver esses problemas que estavam em

cima da mesa na vida dos portugueses antes do resgaste de 2011. E não é tolerável que, depois de termos

conseguido pôr a nossa casa em ordem, esses problemas permaneçam para futuro, porque isso não casaria

bem com o modelo de economia desenvolvido, moderno, cosmopolita e aberto ao mundo como é aquele que

queremos para o nosso País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, antes de discutir a fundo o

estado da Nação, queria perguntar-lhe, em relação à terrível lista de pragas que enumerou na sua resposta ao

PS, qual é a posição do seu partido em relação a essas mesmas pragas.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — É que não foi inseticida, foi parte integrante dessas pragas que se

abateram sobre o povo português!

Aplausos do PCP.

Sr. Primeiro-Ministro, numa síntese rigorosa que não se compadece com a vossa propaganda da retoma e

do bom caminho, o estado da Nação é o de um País mais endividado, mais dependente, com mais

desemprego, com mais emigração, com mais pobreza e com mais injustiça.

O senhor e o seu Governo governaram contra os portugueses e contra o País, mas também contra as

próprias promessas que tinham feito.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Fizeram solenes proclamações assegurando que o desemprego não

podia aumentar mais, mas vão deixar o País com altos níveis de desemprego, que atinge 1,2 milhões de

portugueses, e mais 500 000 portugueses, quase 10% da população ativa, para a emigração.