9 DE JULHO DE 2015
49
Neste Parlamento, de resto, radicou sempre na vontade livre de 132 Deputados a solidez, a coesão e o
sentido de compromisso da coligação.
A estabilidade política que oferecemos ao País foi determinante para sairmos do resgate, para
ultrapassarmos a recessão económica e para recuperar a confiança e a fiabilidade de Portugal.
Hoje, por isso, é preciso perguntar: e se o País tivesse mergulhado, nestes anos, na instabilidade política?
E se tivéssemos tido em Portugal eleições antecipadas, como a oposição reclamou desde o primeiro dia e
o Partido Socialista sempre quis até ao último dia?
E se tivesse sido o PS a vencer as eleições legislativas de 2011, teria garantido esta estabilidade? Com o
apoio parlamentar de quem? Do PCP? Do Bloco de Esquerda?
Alguma outra coligação em Portugal poderia — ou poderá no futuro, diga-se de passagem — garantir a
estabilidade que o País precisou para sair do resgate?
Por isso, formulamos a primeira conclusão: com o PSD e o CDS a Nação teve estabilidade; com a
oposição e o PS a Nação teria tido instabilidade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ao nível da situação financeira, a coligação PSD/CDS cumpriu as metas orçamentais acordadas com os
nossos parceiros; obteve 12 avaliações positivas do Programa de Assistência Económica e Financeira; saiu do
programa sem recurso a mais resgates ou condições cautelares; regressou aos mercados, onde hoje se
financia às mais baixas taxas de juro de sempre; o País amortiza antecipadamente os empréstimos mais
onerosos, precisamente para poupar várias centenas de milhões de euros em juros; acumulámos reservas
para enfrentar eventuais situações de turbulência; o défice será, em 2015, o mais baixo desde o 25 de Abril; o
Estado devolve rendimento aos seus funcionários e aos pensionistas.
Mais uma vez, cumpre perguntar: e se tivesse sido a oposição e o Partido Socialista a governar durante
estes anos? Qual seria o custo de termos pedido mais tempo e mais dinheiro? Quantas medidas de
austeridade seriam necessárias para financiar o défice e os investimentos públicos? E quem pagava, e
quando, o custo do financiamento e do endividamento dessa estratégia?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a transformar-se num Zandinga!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Segunda conclusão: com a coligação PSD/CDS, a Nação tem menos
défice, tem mais saúde financeira, está a remover a austeridade e prescindiu da troica. Com um governo
socialista, a troica ainda cá estaria, os pacotes de austeridade viriam a cada trimestre ou semestre e as faturas
continuavam a acumular-se para serem pagas por quem viesse a seguir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ao nível da economia, com o Governo desta maioria Portugal retomou o crescimento económico; atingiu
níveis de confiança, de consumidores e investidores muito positivos; alcançou um aumento constante e
consistente das exportações; empreendeu um programa de privatizações rigoroso e transparente; reestruturou
o setor empresarial do Estado central e local; iniciou uma política de desagravamento fiscal para atrair
investimento; diminuiu o pagamento de dívidas em atraso do setor público e aprovou uma lei de
compromissos, injetando, pelas duas vias, mais liquidez na economia; empreendeu uma reforma na justiça
amiga da economia.
E novamente o País deve questionar: e se tivesse sido a oposição e o PS a governar?
Ter-se-ia insuflado a economia com rendimentos artificiais, ter-se-iam acumulado os pagamentos em
atraso, interromper-se-ia a reforma do IRC, apostar-se-ia no investimento público megalómano, obter-se-ia
mais liquidez na economia por via do crédito — e com contas públicas desequilibradas este seria,
inevitavelmente, mais caro — e, claro, renegar-se-ia o plano de privatizações negociado e anteriormente
apoiado.
O Sr. Jorge Fão (PS): — É um Zandinga!