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I SÉRIE — NÚMERO 108

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sobre os seus próprios erros. O PS descobriu agora os pecados da maioria. Eu digo-vos, Sr.as

e Srs.

Deputados: «Desconfiai dos falsos profetas»!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a enfiar a carapuça!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — «Desconfiai dos falsos profetas»! — Mateus, capítulo 7, versículo 15.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

É que se seguirmos esses falsos profetas, supostos salvadores ou novos gurus, o que acontecerá é que

voltaremos para trás, perderemos os esforços dos portugueses e, no fim, ficaremos pior do que estávamos no

início. Se tivéssemos seguido o PS, estaríamos hoje numa situação igual à da Grécia, ou até pior.

Na verdade, ao longo destes anos, nunca ouvimos a oposição — e isto é para toda a oposição, já que

estão tão interessados — apresentar nada que não fosse a velha receita de mais e mais despesa pública.

Neste debate, o PS demonstrou que tem uma manta de localismos, o que não tem é uma liderança. E aqui

ficou muito claro que há uma única liderança para governar e continuar a governar Portugal, que é a liderança

desta maioria e que é Pedro Passos Coelho.

Ficou muito claro, com os vossos localismos, Srs. Deputados.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Sabemos isso, como sabemos também que, ao longo deste trajeto, os setores mais radicais tudo fizeram,

através da contestação — o protesto na rua, as greves —, para que não conseguíssemos atingir os nossos

objetivos.

Hoje, Srs. Deputados, ouvimos muitas referências à democracia. Hoje, têm a boca cheia de democracia.

Estão maravilhados com a democracia na Grécia.

O certo é que, curiosamente, os mesmos nunca tiveram o mesmo respeito pela democracia, nem nunca se

comoveram em Portugal.

Poucos meses depois de esta maioria ganhar as eleições por escolha livre e democrática dos portugueses,

já estavam a exigir o derrube do Governo.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Mal o mandato tinha começado, já queriam sobrepor a legitimidade da rua à legitimidade democrática do

voto dos portugueses. Que estranha noção de democracia, Srs. Deputados!

Nós não aceitamos lições de democracia. Se há coisa em que somos radicais — e é a única em que somos

radicais — é a de sermos radicalmente democratas.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Acreditamos na Europa como ela foi pensada pelos seus pais fundadores, projeto de solidariedade, mas

também de responsabilidade. A Europa que foi uma construção dos grandes pensadores da democracia cristã

e da social-democracia. A Europa nunca foi uma construção de comunistas, mesmo dos libertários, de

anarquistas ou de nacionalistas exacerbados.

Outra palavra que está muito na moda — e vou já terminar, Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados — é a

palavra «coragem». Fala-se muito de coragem. Estão também fascinados com a coragem e com o «não»

corajoso. Chegam ao ponto de classificar de cobardia tudo o que seja pensar de uma forma diferente daquela

que pensam. Nada de mais errado, nada de mais inaceitável. Se há valor que nós conhecemos, Srs.

Deputados, se há valor que testámos, foi o valor da coragem. Conhecemos no Governo e conhecemos na

maioria, sabemos bem o que é a coragem.

A coragem de cumprir e de fazer frente às dificuldades; a coragem de persistir, em vez de desistir; a

coragem de honrar os nossos compromissos enquanto Nação que outros comprometeram.