9 DE JULHO DE 2015
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Mas importa, igualmente, destacar a decisão que revolucionará a política energética portuguesa e europeia
dos próximos anos: o reforço das interligações energéticas.
A iniciativa e a perseverança do Governo português permitiram resgatar a meta de 10% de interligações
elétricas, em 2020, e de 15%, em 2030, sendo que, desta forma, conseguiremos reduzir os custos da energia,
em termos anuais na União Europeia, em 40 000 milhões de euros e os cidadãos portugueses passarão,
finalmente, a beneficiar de um mercado europeu da energia.
Paralelamente, Portugal poderá transformar-se num fornecedor de eletricidade renovável para a União
Europeia e o terminal de Sines, tal como os outros terminais de gás natural liquefeito existentes na Península
Ibérica, servirão de alternativa à importação de gás natural da Rússia, reforçando a segurança energética e
reduzindo os preços aos consumidores portugueses.
Mas, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, as reformas na área verde transcenderam largamente a área da
energia e incluíram reformas tão ambiciosas como: a reforma da fiscalidade verde; a reestruturação do setor
dos resíduos urbanos; a reforma do setor das águas; o licenciamento único ambiental; a reforma do
ordenamento do território; a reforma do arrendamento urbano, do arrendamento apoiado e do subsídio de
renda; o regime excecional de reabilitação urbana; o reforço do investimento verde, totalizando 5000 milhões
de euros nos novos fundos; o plano de ação de proteção e valorização do litoral com 300 milhões de euros; o
programa de demolições de construções ilegais na orla costeira, sem paralelo nos últimos 30 anos; os projetos
de conservação da natureza, designadamente a reintrodução do lince ibérico; o novo regime de licenciamento
geológico e mineiro; e o regime de regularização de 3000 atividades económicas.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, fomos, assim, capazes de fazer da aposta no crescimento verde um
elemento de competitividade, de sustentabilidade e de solidariedade, mas esta terá de ser uma aposta
duradoira e teremos de assegurar ambição, estabilidade e previsibilidade.
Por essa razão, celebrámos o compromisso para o crescimento verde, estabelecendo um verdadeiro pacto
social com 82 organizações da sociedade civil, assegurando a conciliação, no nosso modelo de
desenvolvimento, da competitividade com a utilização eficiente de recursos e a proteção ambiental e o
posicionamento de Portugal como líder mundial do crescimento verde, tirando partido dos nossos talentos, das
nossas infraestruturas, dos nossos recursos e do nosso posicionamento geoestratégico, beneficiando da
crescente procura de bens e serviços verdes à escala internacional.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento
o Território e Energia, o Governo dava um bom contributo para a sustentabilidade do setor se parasse de
gastar tanta energia a tentar convencer o País que estamos melhor, apesar das evidências. É que a luz,
quando é artificial, é sempre muito mais cara.
Os cidadãos sabem-no, sabem-no politicamente, sabem-no na vida, sabem quando comparam o discurso
do Governo, o vasto elenco de medidas, sempre acompanhadas com muitos milhões, para fazer mais figura,
que o Sr. Ministro aqui traz, com um facto tão simples como a conta da luz que recebem todos os meses…
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, temos algumas interferências no som.
Peço desculpa por a ter interrompido, Sr.ª Deputada. Queira continuar.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Obrigada, Sr.ª Presidente.
Foi, claramente, um curto-circuito! Acho que podemos voltar à conta da luz que os portugueses recebem
em casa.
Os portugueses sabem do preço desta luz artificial quando comparam a conta da luz, que recebem em
casa, com os lucros astronómicos que a EDP recebe todos os anos: mais de 1000 milhões por ano! É a esta
urgência que o Governo tem de dar resposta na área da eletricidade, é a estas desigualdades e é à
necessidade de um preço comportável da luz para as famílias que o Governo tem de dar resposta.