I SÉRIE — NÚMERO 109
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, temos de ouvir a Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Não se consegue compreender por que é que…
Protestos do PS.
Sr.ª Presidente, posso aguardar, com a sua tolerância de tempo.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, faça favor de prosseguir.
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Não se consegue compreender por que é que há alguns anos estas
consultas eram boas e quantas mais melhor e por que é que agora são quantas mais pior.
Em terceiro lugar, em relação à objeção de consciência, retirar este impedimento da lei é apenas e só
respeitar a liberdade constitucionalmente consagrada de exercício da profissão, o que é sufragado, aliás, pelo
próprio Bastonário da Ordem dos Médicos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do PS.
Sr.as
e Srs. Deputados, é isto e nada mais do que isto! Não vale a pena gritar, não vale a pena exagerar e,
Sr.as
e Srs. Deputados, não vale a pena desinformar.
Protestos do PS.
Este debate nasce de um ato democrático, um ato de 48 000 cidadãos, não tem nada a ver com o que foi…
Protestos do PS.
A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Contra 2 milhões!
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Sr.ª Deputada Teresa Anjinho tem de ser escutada.
Queira prosseguir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Como estava a dizer, este debate nasce de um ato democrático, um
ato de 48 000 cidadãos, não tem nada a ver com o que foi sujeito a referendo e limita-se a proteger a equidade
no Serviço Nacional de Saúde e a dar mais apoio às mulheres que recorrem à interrupção voluntária da
gravidez. Nada mais!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Estamos hoje perante um golpe legislativo,
acompanhado por uma enorme cobardia política.
Aplausos do PCP, do PS, do BE e de Os Verdes.
Protestos do PSD.
É que o PSD e o CDS, ao pretenderem aprovar, no último dia desta Legislatura, um retrocesso de décadas
em matéria de interrupção voluntária da gravidez lançaram uma pedra e agora querem esconder a mão.