I SÉRIE — NÚMERO 1
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lembro-me, Sr. Primeiro-Ministro, do que o seu colega Primeiro-Ministro de então dizia nessa altura, que era
muito parecido com o que o senhor disse, que, não demorou muito, estava a propor o aumento dos impostos,
como os senhores agora fazem, o corte no investimento público, o corte nas prestações sociais. E o Governo
seguinte que trate de limpar a casa!
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, há uma coisa que eu lhe garanto: esta parte da limpeza será mesmo V. Ex.ª que
terá o prazer de a fazer!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Dr. Pedro Passos Coelho, em primeiro lugar, quero tranquilizá-
lo sobre o seguinte: tenho muito gosto em fazer limpezas e em resolver os problemas que os outros deixam,
mas tenho a preocupação de não deixar problemas para os outros resolverem…
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e de, pelo contrário, deixar para os outros casas arrumadas para que possam
prosseguir o meu trabalho.
Aplausos do PS.
Mas creio que o Dr. Pedro Passos Coelho não percebeu bem uma coisa. É que os dados que há pouco lhe
mostrei, apesar de serem sob a forma ilustrada, têm por fonte as fontes oficiais.
Neste momento, o Primeiro-Ministro exibiu, de novo, à Câmara um gráfico relativo ao PIB.
Por muito que lhe custe reconhecer, a verdade é que em 2014 o PIB cresceu e é até verdade que no primeiro
semestre de 2015 o PIB cresceu. O problema é que no terceiro trimestre de 2015 o PIB iniciou uma queda
abrupta, e essa é a queda que está demonstrada neste gráfico.
O Sr. Deputado não gosta desta realidade, mas o diabo é este: é que foi no terceiro trimestre de 2015 que
começou a cair e é desde o início deste Governo que recomeçou a sua recuperação.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado insiste em dizer que o PIB não cresce porque as exportações baixaram e o que eu lhe tenho
a dizer é que as mesmas fontes oficiais que cita demonstram que as exportações não têm baixado, têm subido
relativamente à evolução que tinham tido em 2015.
Neste momento, o Primeiro-Ministro exibiu, de novo, à Câmara um gráfico relativo às exportações.
Em 2015, estavam a baixar e em 2016 têm estado a subir. Esta é a realidade do ciclo das exportações.
Quanto ao investimento, Sr. Deputado, é verdade que caiu em 2015 e que aumentou em 2016. Esta é a
realidade!
Neste momento, o Primeiro-Ministro exibiu, de novo, à Câmara um gráfico relativo ao investimento.
Não gosta da realidade, e por isso percebo porque apela ao diabo: porque a realidade é muito dura e mais
vale falar de ficções do que da vida real! E quanto à vida real, é a vida real da pobreza que foi criada, do
desemprego que foi gerado, da emigração que foi provocada e do fracasso que ainda teve na execução das
finanças públicas.