23 DE SETEMBRO DE 2016
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Investiremos também na capitalização das empresas, naquilo que é essencial, de modo a criar condições
para termos empresas com balanços saneados que lhes permitam investir com capitais próprios ou ter melhores
condições de acesso ao financiamento.
Finalmente, bater-nos-emos pela coesão e pela erradicação da pobreza, com o conjunto de medidas que
temos de continuar a desenvolver na nossa política de rendimentos, de valorização dos salários, das pensões
e dos apoios sociais, assim como com o desenvolvimento dos serviços públicos fundamentais para uma maior
igualdade de oportunidades e maior apoio às famílias, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde e da escola
pública. Foi por isso que investimos nos manuais escolares gratuitos e que iremos alargar esta medida a outros
anos, para além do 1.º ano do 1.º ciclo. Foi por isso que investimos nos cuidados de saúde primários, com novas
valências na saúde oral, garantindo, pela primeira vez, no próximo ano, um médico de família para todos os
portugueses, mas investindo também em novas camas de cuidados continuados — até ao final deste ano
teremos mais 685 novas camas de cuidados continuados.
É assim que iremos fazendo as reformas que resolvem os problemas estruturais do nosso desenvolvimento.
E em cada uma destas reformas gerimos as nossas contas públicas para termos finanças mais saudáveis, de
modo inteligente.
Finanças saudáveis não se conseguem aumentando os impostos sobre todos mas, sim, reduzindo os
impostos sobre a classe média, como nós fizemos com a eliminação da sobretaxa no IRS.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Finanças saudáveis conseguem-se gastando menos e, sobretudo, melhor, porque não se gasta bem
fechando, simplesmente, serviços e privando as populações de serviços essenciais, mas desenvolvendo redes
de cuidados primários, que evitam que tantos tenham de ir ao hospital, ou de cuidados continuados, que evitam
que tantos tenham de continuar no hospital. Desta forma, podemos ter melhor prestação de serviços de saúde,
com menos custos para o contribuinte e maior equilíbrio do conjunto das nossas finanças públicas.
É nisso que estamos concentrados e é assim que temos de prosseguir. E temos de prosseguir com uma
grande frieza e nervos de aço, porque, como disse, a oposição está desorientada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não estamos, não! Os senhores é que estão desorientados! Os
senhores e a esquerda!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A oposição critica-nos porque queremos ter o controlo do défice, tal como nos
critica porque reduzimos o investimento público. E é a mesma oposição que tinha como grande objetivo que o
investimento público fosse substituído pelo privado e que mais não fez do que andar a dizer que tudo era feito
em nome da redução do défice. Uma oposição tão, tão, tão desorientada, que, em vez de apelar a Deus, já só
confia no diabo para ver se tem alguma salvação a apresentar ao País.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Para além da enorme nervoseira que os faz ter este comportamento de permanente irritação, crispação,
vozearia, com enorme dificuldade em ouvir os números da realidade…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Mentiras!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e contra os mitos que foram construindo, aquilo que ficou claro neste debate
é que é um mito dizer que não há crescimento, porque hoje estamos a crescer mais do que estávamos quando
o anterior Governo cessou funções, é um mito dizer que as exportações não estão a aumentar, porque hoje as
exportações estão a subir mais do que estavam a descer no final do mandato do anterior Governo. Hoje, o
investimento é maior do que aquele que estava a acontecer no final do mandato do anterior Governo e,