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I SÉRIE — NÚMERO 1

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O Sr. Carlos César (PS): — … mas assustamos gananciosos e não nos conformamos com a pobreza, como

não nos conformamos com as desigualdades.

Aplausos do PS.

Não contemporizamos com a exclusão de direitos sociais dos que têm menos recursos, como não

contemporizamos com a exclusão da responsabilidade social dos que têm mais do que a maioria de todos os

outros juntos.

Sr. Presidente e Sr. Primeiro-Ministro, sabemos há muito que a iniciativa privada tem de ser valorizada e

ajudada, particularmente numa situação que decorre de um período prolongado em que foi sucessivamente

prejudicada e martirizada por um governo que se reclamou sempre dessa iniciativa.

Sabemos há muito que a pobreza e as desigualdades estão sempre juntas e que temos de combater ambas.

Esses são os combates do Governo e não do radicalismo. Radicais são aqueles que ignoram essas diferenças

e essa condição de pessoas num País cheio de pobres, com uma taxa de pobreza infantil superior a 25% e,

ainda por cima, num País em que os mais baixos salários foram mais taxados pelo Governo da direita, dando

curso à sua máxima: no Governo anterior, foi lançado um martírio fiscal contra as famílias de mais baixos

rendimentos, seguindo a ideia de que os que têm menos pagam mais e os que têm mais pagam menos.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É falso!

O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Primeiro-Ministro, todos sabemos, e os indicadores estão aí para o lembrar,

que herdámos uma economia destruída, famílias depauperadas, situações desumanas. E a limpeza dessas

nódoas, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, é justamente o que temos agora de fazer. Herdámos uma dívida

elevada e um sistema financeiro degradado, complicador das empresas e inibidor do investimento privado. E

até no plano internacional, instituições insuspeitas, como o Fundo Monetário Internacional, já vão na quinta ou

na sexta revisão em baixa do crescimento da economia mundial.

É nesse contexto de dificuldade, herdado da gestão do Governo anterior, e no seio de uma crise internacional,

que nos empenhamos na recuperação do nosso País e que havemos de vencer os desafios com que nos

confrontamos.

Aplausos do PS.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, o que se conclui também deste debate é que, afinal, o que a oposição desmereceu

são progressos aqui demonstrados e que são indesmentíveis. O PSD e o CDS não disfarçam o seu azedume

sempre que se demonstra um bom resultado…

A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Mas qual bom resultado?!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Onde é que isso foi? Onde é que isso aconteceu?

O Sr. Carlos César (PS): — … ou que não se cumpre um dos seus maus agoiros.

Não admitem e até parecem ter aversão a ouvir dizer que o desemprego atingiu a taxa mais baixa desde o

terceiro trimestre de 2010; que o emprego tem estado sempre a crescer desde o início deste ano; que Portugal,

a seguir à Dinamarca, à Áustria e à Suécia, é o País onde mais desempregados encontraram emprego; que,

afinal, a economia cresceu em cadeia ultimamente, mais do que acontecera nos dois trimestres do ano passado

e, inclusive, no primeiro trimestre deste ano; que o indicador de clima económico melhorou em julho e em agosto;

que o número de insolvências no primeiro trimestre deste ano é o mais baixo dos últimos quatro anos;…

Protestos do PSD e do CDS-PP.