21 DE OUTUBRO DE 2016
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Dois anos após o início deste programa começam finalmente a ser aprovados os projetos de investimento
(cerca de 5000) que representam um valor global de 648 milhões de euros de investimento no setor agrícola e
na economia nacional.
Está, por tudo isso, a ser restabelecida a confiança dos agricultores num programa que teve graves
problemas no seu arranque, que se constrói com rigor orçamental, com os recursos disponíveis, sem vender
ilusões — como aconteceu com a anterior Ministra!
Ao votarem contra esta iniciativa do CDS, os Deputados do PS estão a votar na viabilidade e na
sustentabilidade nos setores agricultura e florestal, na garantia dos apoios aos agricultores portugueses e contra
a irresponsabilidade dos proponentes do projeto de resolução n.º 491/XIII (2.ª) (CDS-PP).
O Governo e o PS estão hoje num exercício de grande responsabilidade! Como as circunstâncias exigem!
Os Deputados do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
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Relativa ao texto, da iniciativa da Comissão de Assuntos Europeus — No âmbito do procedimento de «cartão
verde» (diálogo político reforçado), recomenda à Comissão Europeia que promova, acompanhe e monitorize
atentamente a correta e efetiva aplicação dos instrumentos e mecanismos criados de cooperação no domínio
da fiscalidade, fazendo face, de forma mais eficiente, à evasão fiscal —, que substitui os projetos de resolução
n.os 300/XIII (1.ª) (PSD), 317/XIII (1.ª) (PS) e 362/XIII (1.ª) (CDS-PP):
O Grupo Parlamentar do PCP absteve-se na votação da proposta acima identificada.
Consideramos que uma ação concertada de vários países pode ser adotada na perspetiva de combate à
evasão fiscal, mas uma ação conjunta não pode ser o subterfúgio para não se adotarem medidas no plano
nacional, nem o País pode prescindir de tomar as suas próprias opções políticas nesta matéria. Podem e devem
ser ações e medidas que se complementam.
O Grupo Parlamentar do PCP esteve e está na linha da frente no combate à evasão fiscal e sempre
defendemos a necessidade de se intervir e de tomar medidas concretas nesse sentido. Nesta Legislatura já
apresentámos várias iniciativas nesse sentido. A saber: projeto de lei n.º 260/XIII (1.ª) — Altera as condições
em que um país, região ou território pode ser considerado regime fiscal claramente mais favorável; projeto de
lei n.º 259/XIII (1.ª) — Agrava as taxas de tributação de rendimentos e transferências para entidades sujeitas a
regimes fiscais claramente mais favoráveis no âmbito do IRS; projeto de lei n.º 259/XIII (1.ª) — Agrava as taxas
de tributação de rendimentos e transferências para entidades sujeitas a regimes fiscais claramente mais
favoráveis no âmbito do IRC; projeto de lei n.º 257/XIII (1.ª) — Agrava as taxas de tributação de operações
financeiras dirigidas a entidades sujeitas a regime fiscal claramente mais favorável no âmbito do imposto do
selo; projeto de lei n.º 256/XIII (1.ª) — Define os termos em que qualquer sociedade é considerada residente
para efeitos tributários, assegurando que os seus rendimentos são tributados em Portugal; projeto de lei n.º
255/XIII (1.ª) — Estabelece medidas de reforço ao combate à criminalidade económica e financeira, proibindo
ou limitando relações comerciais ou profissionais ou transações ocasionais com entidades sedeadas em centros
offshore ou centros offshore não cooperantes.
Constatamos que o texto de substituição em discussão e que foi sujeito a votação não dedica uma única
medida nem uma consideração sobre a necessidade de intervir sobre os paraísos fiscais, uma questão essencial
quando se pretende combater a evasão fiscal, em particular os paraísos fiscais que existem dentro da própria
União Europeia. Um aspeto tão relevante nesta equação, pura e simplesmente, é ignorado, o que revela uma
profunda contradição dos proponentes (PS, PSD e CDS).
O texto proposto prevê que o Banco Central Europeu centralize a informação sobre esta matéria, uma medida
que não acompanhamos.
Por outro lado, o texto solicita que a Comissão fiscalize o processo, em especial na forma como as diretivas
são transpostas para a ordem jurídica nacional, medida que também não podemos acompanhar.
A Deputada do PCP, Paula Santos.