4 DE NOVEMBRO DE 2016
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — São nove com aumentos e quatro novos!
O Sr. Ministro das Finanças: — Pois, Sr.ª Deputada, não há tal coisa, este é o Orçamento de maior
estabilidade fiscal, em Portugal, nos últimos anos.
Falou-me a Sr.ª Deputada do contexto favorável que Portugal enfrenta. Deve estar a referir-se, seguramente,
à queda das exportações para Angola, de 50%, e à queda das exportações para o Brasil, de 35%.
Sr.ª Deputada, entenda o seguinte: foram exatamente estes novos mercados que contribuíram com mais de
metade da dinâmica exportadora do País nos últimos cinco anos.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — E a Espanha?!
O Sr. Ministro das Finanças: — São exatamente esses mercados que, infelizmente, agora, justificam a
desaceleração muito pronunciada das exportações portuguesas em 2016. Mas as empresas portuguesas —
digo sempre isto em nome das empresas portuguesas e a Sr.ª Deputada deveria mostrar mais respeito por
essas empresas — …
Protestos do CDS-PP.
…aumentaram as suas exportações para outros mercados e conseguiram com isso promover o crescimento
da economia portuguesa.
Sr.ª Deputada, os juros estão baixos porque as economias estão fracas. O petróleo está baixo porque as
economias estão fracas. É exatamente o contrário do que a Sr.ª Deputada quer fazer entender. A
macroeconomia não funciona como a Sr.ª Deputada quer, funciona como as regras da economia determinam.
Em relação à primeira pergunta que fez, sobre as pensões, também me permite tornar claro porque é que
quis acabar com o complemento solidário para idosos. É que a Sr.ª Deputada não sabe qual é o papel do
complemento solidário para idosos na política social portuguesa!
Aplausos do PS.
Há um número muito elevado de medidas no nosso Orçamento do Estado que apoiam o investimento
precisamente no domínio dos créditos fiscais. Podemos, com certeza, contrapor essas medidas com as que a
Sr.ª Deputada tem para apresentar, mas elas estão lá. E estão lá porque o Governo entende que devem estar
e dá uma importância muito significativa ao investimento. Esse é um dos pilares do Orçamento do Estado. Fico
contente por saber que concorda com ele e podemos, obviamente, continuar o nosso diálogo sobre essa matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PCP, o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Ministro
das Finanças, a avaliação que o PCP faz da proposta de Orçamento do Estado para 2017 não deixa de ter em
conta dois conjuntos de elementos diferentes. Por um lado, um conjunto de elementos que registamos como
sendo de insuficiências, de limitações na resposta a problemas que os trabalhadores, o povo e o País hoje
enfrentam, com a necessária perspetiva crítica relativamente àquilo que são as opções ou a aceitação de
imposições que conduzem a essas limitações, a esses constrangimentos e a essas insuficiências nas respostas
que são dadas; por outro lado, um conjunto de elementos que têm a ver com a avaliação que fazemos de que
esta não é uma proposta de Orçamento que constitua um retrocesso nos objetivos de devolução de direitos e
de rendimentos que já se conseguiram, que consolida e progride em muitas das matérias que já foram inscritas
no Orçamento do Estado para 2016 e que constituem um elemento, que tem de ser devidamente avaliado, de