4 DE NOVEMBRO DE 2016
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o seu voto, se mantém — «… e que se baixem os impostos sobre os combustíveis» — aqueles que, com o seu
voto, se aumentaram!
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
É isso que as empresas querem e, com o seu voto, Sr.ª Deputada, fez-se o contrário. Esse é o grande defeito
deste Orçamento; prometeu-se uma coisa, prometeu-se a reposição de rendimentos para pôr a economia a
crescer, e a economia acabou por descer! Esse é que é o grande defeito!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Descer?!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sim, descer, e é o facto de terem posto o crescimento a descer, a
arrefecer, que justifica os silêncios que hoje se ouvem nesta Sala.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para a última questão desta ronda, tem a palavra a Sr.ª
Deputada do PCP Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro,
a proposta de Orçamento do Estado que hoje discutimos avança na consolidação de um caminho iniciado em
2016 de valorização e de reforço dos direitos sociais e prossegue um caminho de reversão dos sucessivos
cortes no financiamento da escola pública e do Serviço Nacional de Saúde, como ocorreu ano após ano até
2015.
Aliás, vale a pena olhar para os Orçamentos de 2001 a 2015 e o que vemos é uma linha descendente, ao
contrário dos Orçamentos de 2016 e de 2017 pois o que vemos é uma inversão e uma tendência de sentido
crescente que, consideramos, deve ser aprofundada e ir mais longe.
Embora ainda longe de corresponder às necessidades efetivas dos estabelecimentos públicos de ensino e
dos serviços públicos de saúde, a partir de 2016 constata-se uma evolução positiva dos recursos públicos
alocados para esse fim, ao mesmo tempo que se procura que a rede pública assegure a resposta adequada às
necessidades dos utentes e das populações, contrariando opções de privatização de serviços e/ou de
financiamento público a serviços privados.
Há opções que continuam a preocupar-nos e a merecer a nossa discordância.
Sr. Ministro, por exemplo, na saúde, a proposta de Orçamento do Estado para 2017 prevê o aumento das
transferências de verbas para as parcerias público-privadas (PPP) nesta área, verbas essas que podiam e
deviam ser canalizadas para o Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª PaulaSantos (PCP): — Este aumento resulta da negociação encetada pelo anterior Governo,
PSD/CDS, no âmbito da revisão dos contratos com as parcerias público-privadas.
Estando a terminar o contrato da PPP de Cascais, há a oportunidade de reversão para o Estado e de garantir
a gestão pública deste hospital.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª PaulaSantos (PCP): — Sr. Ministro, queremos destacar os novos passos dados no sentido da
gratuitidade dos manuais escolares, alargando para todo o 1.º ciclo, nesta proposta de Orçamento do Estado.
A progressiva gratuitidade dos manuais escolares constitui uma medida de enorme alcance político, mas
também pedagógico e abre uma perspetiva de efetiva gratuitidade da educação em toda a escolaridade
obrigatória, como consagra a nossa Constituição, para além de assegurar a igualdade no acesso e sucesso