I SÉRIE — NÚMERO 20
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas, claro, ainda só estamos a começar, ainda só estamos no campo das previsões. Há meio ano o Governo
previa um crescimento de 1,8% para este ano, que corrigiu para 1,2%, e agora prevê um crescimento de 1,5%
para o próximo ano. Admito que demore, pelo menos, tanto tempo a dizer que não vai corrigir os cenários
macroeconómicos porque eles são extremamente credíveis. Não são, Sr. Ministro das Finanças, são muito
credíveis?!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ou seja, não há estratégia económica, e esse é o elemento mais relevante desta discussão. O elemento
mais importante não é o Orçamento, não é o défice, mas, sim, o seguinte: depois de o País ter tido a
necessidade, por causa de um Governo socialista, de fazer um resgate externo e de passar por um programa
de ajustamento doloroso para todo o País, o mais que o Governo das esquerdas consegue dizer é que não tem
uma estratégia para pôr a economia a crescer sem precisar de cortes permanentes e sem precisar de medidas
extraordinárias?! Então, onde está a estratégia alternativa? Não há! Não há!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O que é que o País precisava de fazer? Precisava de resolver os elementos principais de fragilidade
económica que evidencia: atrair investimento, atrair mesmo investimento, de preferência investimento direto
externo porque o capital interno é escasso; impulsionar, com isso, o crescimento e o emprego, e nós estamos a
estagnar; aproveitar ainda o que resta das oportunidades de conjuntura da política monetária do BCE. Está aí a
inflação à espreita e, quanto mais ela espreitar na Europa, mais depressa a política de juros baratos se vai
embora. Quando for embora, ficaremos afogados.
Protestos do PS.
De resto, é muito importante lembrar ao Governo que talvez não valha a pena esperar por qualquer vaticínio.
Não, nós já hoje estamos a pagar mais cerca de 350 milhões de euros de encargos com juros pela dívida pública
porque os juros da dívida pública se agravaram em Portugal, dada a política deste Governo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ora, nós precisamos, volto a dizê-lo, de gerar confiança para o futuro e é por isso que precisamos de
assegurar a sustentabilidade da segurança social, que não está assegurada, Sr. Ministro!, e precisamos de ter
uma estratégia, que as esquerdas não têm, para que o País possa ser mais competitivo, mais aberto, mais
inovador, mais justo, mais exigente, com mais qualificações, sem papões na globalização e sem extremismos
contra a União Europeia, porque não é a ameaçar os nossos parceiros que vamos crescer mais, nem ser mais
felizes, Sr.ª Deputada Catarina Martins, número dois desta maioria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi a primeira pessoa a quem se referiu!
O Sr. PedroPassosCoelho (PSD): — Isso exige, Sr. Presidente, uma política reformista, que esta maioria
não tem.
O Governo e a sua maioria estão paralisados entre as contrarreformas que iniciaram e a negação sobre a
necessidade de termos um novo fôlego reformista para Portugal.
E estão presos ao passado, como se assistiu neste debate. Não fosse o Governo dos últimos quatro anos,
não fosse esta forma quase rufia e, não há dúvida, até arrogante, como se verifica em qualquer debate em que
resolvem provocar, insinuar,…