5 DE NOVEMBRO DE 2016
87
O primeiro pilar é o das qualificações. Não se trata só de aumentar a dotação do Ministério da Educação —
aliás, pelo segundo consecutivo —, que cresce 483 milhões de euros relativamente à dotação do orçamento do
Ministério da Educação em 2015, trata-se, sim, de aplicar medidas concretas que visam a qualificação dos
portugueses, desde assegurar este ano a generalização do pré-escolar a todas as crianças até aos três anos,
assim como assegurar o investimento, em conjunto com as autarquias locais, em 96 escolas que urge recuperar
de forma a melhorar a qualidade do ensino.
No pilar da inovação prevê-se, em primeiro lugar, investir na valorização do conhecimento na ciência, através
do cumprimento do contrato de confiança assinado com as universidades e com os politécnicos, de forma a
assegurar a estabilidade financeira aos estabelecimentos de ensino superior, o rejuvenescimento do seu corpo
docente e, sobretudo, o combate à precariedade dos falsos bolseiros, que se arrasta ao longo de décadas,
quando, verdadeiramente, devem ser contratados como docentes do ensino superior.
Aplausos do PS.
Mas o investimento na valorização do conhecimento passa também pela reposição do orçamento do
Ministério da Cultura, dando prioridade ao que é essencial, que é a reposição dos apoios à criação cultural,
porque não há conhecimento sem criação de cultura.
Por outro lado, no pilar da inovação temos também a vertente da transferência do conhecimento para a
economia e, por isso, a aposta não na descida generalizada do IRC, como a direita desejaria para dar tudo
mesmo a quem não necessita, mas, pelo contrário, na alteração do regime fiscal de apoio ao investimento, de
forma a discriminar positivamente as empresas que investem na inovação, alargando a sua base de incidência
e o montante do apoio concedido.
Também o programa Semente constitui peça fundamental do programa Startup Portugal, que visa fomentar
o empreendedorismo em inovação, sobretudo entre as novas gerações.
O mesmo se diga relativamente ao terceiro pilar do Programa Nacional e Reformas, o relativo à modernização
do Estado, porque, para nós, a verdadeira reforma do Estado não é aquela que corta em tudo de forma a privar
os portugueses de serviços públicos essenciais, é aquela que mobiliza a inteligência, cortando na burocracia,
que não é necessária, de forma a investir naquilo que é útil.
Por isso, este Orçamento permitir-nos-á uma poupança de mais de 1 milhão de euros com a criação de 20
novas Lojas do Cidadão, permitir-nos-á poupar mais de 35 milhões de euros nos próximos anos com a
generalização das notificações eletrónicas e, no mesmo passo, podemos alargar as competências ao reabrir 47
tribunais que foram anteriormente encerrados e que, agora, reabrimos porque a justiça que é justiça é de
proximidade.
Aplausos do PS.
O quatro pilar do Programa Nacional de Reformas, a valorização do território e do mar, prevê que a
competitividade dos portos seja, agora, reforçada com o regime de isenção do IVA alfandegário, que dispensará
as indústrias de terem de pagar o IVA aquando da importação das matérias-primas, o que é uma ajuda a todas
as empresas industriais, melhorando também a competitividade dos nossos portos e, ao fazê-lo, reforça a nossa
política do mar.
Olhamos também para o interior do País, aplicando uma descida da taxa do IRC para 12,5% para as
empresas que se fixem e se instalem no interior, e olhamos para a agricultura com um investimento em mais de
90 000 ha de regadio, de forma a levar a outras bacias hidrográficas as vantagens que o desenvolvimento do
Alqueva já levou a grande parte do Alentejo.
Aplausos do PS.
Da mesma forma, duplicamos o investimento na ferrovia, descentralizamos os transportes públicos para as
Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e recuperamos o investimento na mobilidade elétrica, investimentos
essenciais à melhoria da qualidade de vida nas cidades.