5 DE NOVEMBRO DE 2016
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Trata-se de uma atribuição de enorme significado. Desde logo, porque é a valorização da vitória do espírito
humano sobre o fundamentalismo, mas também porque é o reconhecimento da atitude persecutória e de
assassínio em massa das minorias religiosas e étnicas, designadamente nas regiões do Médio Oriente e de
África.
A comunidade yazidi, a par da comunidade cristã e de outros grupos, tem sido brutalmente perseguida e
massacrada pelo Daesh, desde 2014, naquela região. Aliás, foi em agosto desse ano que as duas yazidis foram
raptadas, na sequência de um massacre brutal à aldeia de Kosho, perto da cidade de Sinkar, no Norte do Iraque,
que vitimou mortalmente mais de 80 homens e sequestrou cruelmente mais de 300 mulheres.
Nadia Murad tornou-se a primeira embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas para a Dignidade dos
Sobreviventes do Tráfico Humano. E, desde então, tem sido uma voz ativa na denúncia do genocídio a ocorrer
nas regiões acima mencionadas contra aquelas minorias e na promoção de iniciativas com vista a sensibilizar a
sociedade civil e a comunidade internacional sobre as centenas de vítimas do tráfico humano.
Lamiya Aji Bashar, mantida em cativeiro por mais de oito meses num cenário de desumanidade e sofrimento
inimagináveis, conseguiu esquivar-se, após várias tentativas falhadas, mas, durante a sua fuga, foi atingida pela
explosão de uma mina terrestre, que a deixou desfigurada para o resto da sua vida. Também ela tem sido uma
ativista irrepreensível no despertar da atenção das demais sociedades para o ataque violento contra a liberdade
e tolerância religiosas.
Nesse sentido, a Assembleia da República saúda a atribuição do Prémio Sakharov 2016 a Nadia Murad
Basee Taha e Lamiya Aji Bashar e manifesta a esperança de que este contribua para uma atuação firme e
concertada da comunidade internacional com vista a travar uma das tragédias mais terríveis dos nossos dias.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos agora votar o projeto de resolução n.º 539/XIII (2.ª) —
Deslocação do Presidente da República a Londres (Presidente da AR).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Passamos à votação do projeto de resolução n.º 540/XIII (2.ª) — Suspensão do prazo de funcionamento da
Comissão de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do Banco (Presidente da AR).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Vamos agora votar um requerimento, apresentado pelo BE, solicitando a baixa à Comissão de Trabalho e
Segurança Social, sem votação, por um período de 15 dias, do projeto de resolução n.º 519/XIII (2.ª) —
Regularização dos falsos recibos verdes e outras modalidades precárias existentes no Instituto de Emprego e
Formação Profissional (BE).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Passamos à votação final global do texto final, apresentado pela Comissão de Cultura, Comunicação,
Juventude e Desporto, relativo ao projeto de lei n.º 339/XIII (2.ª) — Primeira alteração à Lei n.º 33/2016, de 24
de agosto, clarificando as disposições relativas à realização de estudos financeiros, técnicos e jurídicos sobre o
desenvolvimento futuro da TDT (televisão digital terrestre) (PS, BE, CDS-PP e PCP).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do BE, do CDS-PP, do PCP, de Os Verdes e
do PAN e a abstenção do PSD.
Srs. Deputados, o Sr. Secretário Duarte Pacheco vai ainda dar-nos conta de alguns pareceres que importa
votar.
Tem a palavra, Sr. Secretário.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a solicitação da Instância
Central — Secção Cível e Criminal — J2 da Comarca da Guarda, processo n.º 762/16.3T8GRD, a Subcomissão