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2 DE DEZEMBRO DE 2016

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O funcionamento da União Europeia e da economia global não resulta de nenhum fenómeno natural, nem

de nenhuma fatalidade. A sua configuração atual não é determinada por nenhuma mão invisível, mas pela opção

dos poderes políticos, económicos e financeiros e pela correlação de forças existente entre eles.

Saibamos colocar a globalização e a União Europeia ao serviço das pessoas, sem perder de vista que o

isolamento, o protecionismo, o regresso às fronteiras do passado não são uma opção para quem defende a

sério a paz e a prosperidade.

Majestades, Minhas Senhoras e Meus Senhores: Portugal e Espanha sabem bem, pela sua experiência

histórica, que é a abertura ao mundo e não o isolamento nacionalista que nos pode trazer a prosperidade.

A sociedade aberta é, por definição, uma sociedade de inclusão e de oportunidades. A sociedade aberta é,

por definição, uma sociedade de transparência no serviço público, onde os cidadãos são donos do seu destino.

A sociedade aberta é uma sociedade que se enriquece com aqueles que a visitam ou que nela encontram

trabalho. É a sociedade do poder transparente e onde a corrupção é banida. É a sociedade da convivência.

Ortega Y Gasset, grande pensador espanhol, dizia que «a Civilização é antes de mais nada vontade de

convivência», e nesse sentido é mesmo esta ideia de civilização que está hoje em jogo.

Majestades, Minhas Senhoras e Meus Senhores: Saibamos pois, como Países amigos que somos, moderno

exemplo de sã convivência, identificar aquilo que nos une, mobilizar os nossos povos para estas causas e assim

juntar as forças necessárias para que das relações entre as diferentes nações resulte um mundo melhor.

É visível que os portugueses têm um grande afeto por vós, Majestades, D. Filipe e D. Letizia. Também o

relacionamento do Parlamento português com as Cortes espanholas é, e vai continuar a ser, exemplar.

A consolidação histórica da relação de amizade entre Portugal e Espanha dá-nos condições únicas para

percorrermos como bons irmãos os desafiantes caminhos do futuro.

É sua a palavra, Majestade, nesta Casa da Democracia.

Aplausos do PSD, do PS, do CDS-PP e do PAN.

Sua Majestade o Rei de Espanha (Felipe VI): — Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-

Ministro, Srs. Ministros, Srs. Embaixadores, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ex-Presidente da República,

Autoridades, Senhoras e Senhores:

Agradeço, em primeiro lugar, Sr. Presidente, as suas estimadas palavras de boas-vindas.

Agradeço, muito sinceramente, a cordialidade com que me abrem as portas desta Câmara. Atravesso o limiar

da Assembleia da República com um profundo respeito pelo privilégio que me concedeis.

Venho de coração aberto para me encontrar com os representantes do caro povo de Portugal, terra que

tenho sempre presente, que frequentei desde a infância e de que guardo as melhores recordações.

Gostaria de partilhar convosco muitas e profundas emoções que suscita em mim o vosso generoso convite

de hoje, ao ter pela primeira vez a oportunidade de me dirigir a quem encarna a Nação portuguesa.

De meu avô, o Conde de Barcelona, herdei a gratidão invariável à hospitalidade do povo português e a

admiração pela tradição marítima portuguesa e pelos seus grandes navegadores.

De meu pai, o Rei Juan Carlos, advém o meu amor pela língua portuguesa e o interesse fraterno pela sorte

de Portugal.

Lembro-me bem da alegria que ambos me transmitiram ao ver como Espanha e Portugal compassavam a

sua nova vida democrática, o seu projeto europeu e a sua vocação ibero-americana, sentimento que continuo a

partilhar com enorme convicção.

Por isso, é profundo, Sr. Presidente, o meu agradecimento pelas suas generosas palavras de boas-vindas e

a minha gratidão pelo seu acolhimento hospitaleiro.

Con la Reina guardo también, de manera muy especial y agradecida, la imagen viva de unas jornadas muy

fructíferas en Lisboa, en Oporto y en Guimarães, y aguardamos con ilusión los encuentros y actividades que

aún nos reserva esta visita. Todo ello, estoy seguro, quedará para siempre en un lugar muy especial de nuestra

memoria.

Y ante esta Asamblea quiero dar las gracias solemnemente al Excelentísimo Señor Presidente de la

República, el Profesor Doctor Marcelo Rebelo de Sousa, por su invitación, por su afecto, por su constante

atención hacia la Reina y hacia mi persona. Por su sensibilidad y amistad hacia España.