22 DEDEZEMBRO DE 2016
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A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Por parte de Os Verdes, gostaria
de assegurar no final deste debate que não largaremos o Governo relativamente à matéria do desperdício
alimentar. Havia um compromisso para apresentar uma estratégia e um plano de ação até ao final de 2016, que
foi adiado para março de 2017. Os Verdes cá estarão para requerer o cumprimento desse prazo e para requerer
que essa estratégia e esse plano de ação sejam elaborados com uma fortíssima participação pública e que esta
seja bem mais alargada e profícua do que as tradicionais consultas públicas a que estamos habituados.
Por outro lado, Os Verdes exigirão a realização de um diagnóstico relativamente aos valores mais
aproximados e mais reais do desperdício alimentar em Portugal, porque é preciso sabermos de que valores,
efetivamente, partimos.
Para além disso, a Assembleia da República, também por proposta de Os Verdes, tem estado já a trabalhar
várias matérias que se relacionam diretamente com o desperdício alimentar, e é importante terminarmos esses
processos legislativos, para além de outros que venham a aparecer.
Na perspetiva de Os Verdes, é fundamental centrarmos também um olhar sobre as embalagens que são
oferecidas aos consumidores, porque, muitas vezes, os consumidores não têm opção de oferta.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe que conclua.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente.
Os consumidores têm a opção de embalagens familiares e, muitas vezes, a sua estrutura familiar requer
embalagens mais pequenas, que não existem no mercado.
É preciso venda a granel; é preciso fomentar a produção local; são necessários circuitos curtos de
comercialização; é necessário que as cantinas públicas optem pela produção local; é necessária a sensibilização
dos consumidores; é preciso que os consumidores saibam qual é a diferença entre «consumir antes de» e
«consumir de preferência até».
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, mesmo a terminar, queria
dizer que é também importante que as cantinas, em vez de terem só um olhar sobre os concursos relativamente
ao preço, tenham também um olhar sobre o valor económico e ambiental dos alimentos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Passamos ao segundo ponto da nossa ordem de trabalhos, que consta da apreciação
da petição n.º 109/XIII (1.ª) — Apresentada pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores,
solicitando à Assembleia da República um calendário do ensino pré-escolar igual ao dos restantes ciclos do
ensino básico, juntamente com os projetos de resolução n.os 575/XIII (2.ª) — Recomenda ao Governo a
uniformização do calendário escolar no ensino pré-escolar e no ensino básico (PCP) e 580/XIII (2.ª) — Alteração
do calendário escolar da educação pré-escolar (BE).
Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Ana Mesquita, do Grupo Parlamentar do PCP.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP) — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começamos por saudar os
peticionários que, por via da petição n.º 109/XIII (1.ª) — Calendário do ensino pré-escolar igual ao dos restantes
ciclos do ensino básico (Sindicato Independente de Professores e Educadores), expõem matérias relativamente
à organização do ano letivo, em particular ao calendário do ensino pré-escolar e dos restantes ciclos do ensino
básico.
O PCP considera que, de facto, o calendário escolar para 2016/2017 suscita dúvidas e preocupações em
três vertentes: por um lado, em termos do prolongamento das atividades letivas e, por outro lado, quanto às
diferenciações existentes entre o termo do ano letivo para o 1.º ciclo e para os restantes ciclos do ensino básico
e, por fim, quanto à diferenciação entre a atividade letiva da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico.